O maior objetivo do sismologista é prever onde e quando um terremoto acontecerá, já que um alerta antecipado sobre um possível terremoto evitaria o prejuízo material ou a perda de um grande número de vidas. No entanto, esse tipo de alerta ainda é um sonho entre os sismologistas.
O maior problema em se prever os terremotos é devido à falta de sinais inequívocos de uma ruptura. Muito já se falou que alguns tremores liberam gás radônio ou provocam algum tipo de interação com a ionosfera, mas esses sinais não ocorrem em todos os terremotos e nem são indicativos absolutos. Além disso, dá para se contar nos dedos às vezes em que eles estiveram presentes antes de algum tremor.
Cada terremoto tem características muito particulares e ocorrem sob condições muito específicas. Na esmagadora maioria das vezes não dão qualquer aviso, sem sinais qualquer sinal característico que possa ser percebido.
À medida que se movimentam, as placas tectônicas produzem diversos tipos de esbarrões, afundamentos e escorregões entre si. São esses movimentos os responsáveis pela formação das cordilheiras, fossas oceânicas, atividade vulcânica, cordilheiras meso-oceânicas, terremotos e tsunamis.
Existem sete placas principais e um vasto número de placas secundárias, cada uma delas com movimento e dinâmicas próprias e complexas, com milhares de pontos que se tocam, deslizam e se afastam de maneira completamente caótica, sem que se saiba com clareza onde a tensão provocada pelo movimento está se acumulando ou diminuindo.
É nessas regiões que ocorrem os terremotos, a liberação abrupta da energia acumulada ao longo do tempo.
Essa constatação foi possível devido às medições nos movimentos das placas e potencial de energia acumulada, mas estava longe de se tornar uma previsão uma vez que era impossível dizer quando e em que ponto da junção ocorreria a ruptura e qualquer tentativa de prognóstico seria apenas um palpite.
Segundo os pesquisadores, em algum ponto dessa interface poderá ocorrer um sismo de grande magnitude a qualquer momento, mas não se sabe exatamente onde nem quando, uma vez que a junção tem aproximadamente 3 mil quilômetros de extensão e milhares de pontos de estresse mecânico.
A grande quantidade de cidades que se encontram sobre a falha, entre elas São Francisco e Los Angeles, fizeram com que os engenheiros desenvolvessem novas tecnologias de construção capazes de compensar os efeitos dos tremores, mas até hoje não foram testadas sob um intenso abalo de 7 graus como o que atingiu o Haiti.
No Japão, por exemplo, os pesquisadores criaram um sistema de aviso de tremores capaz de avisar com 10 segundos de antecedência a chegadas das ondas. Apesar de parecer pouco tempo, 10 segundos de antecedência permitem que as populações deixem suas casas ou procurem abrigo em local seguro, onde possam se proteger ante a chegada do tremor inevitável.
Outra ilusão é achar que alguma pessoa pode prever terremotos simplesmente traçando linhas trigonométricas sobre um mapa e sair dizendo que haverá um terremoto no Japão. Isso é chamado de "chute com certeza", já o Japão é o lugar onde mais acontecem terremotos no mundo.