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Empurrão de Marte impulsiona sonda para perto de cometa

Segunda-feira, 29 jan 2007 - 09h08
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A sonda espacial Rosetta, da Agência Espacial Européia, ESA, completou no último dia 25 mais uma etapa rumo à exploração de cometas e asteróides do sistema solar. Para atingir seu objetivo, a espaçonave recebeu uma grande ajuda do planeta Marte, que através de um processo conhecido como "empurrão gravitacional", a arremessou em direção ao cometa Churyumov-Gerasimenko, do qual deverá ser aproximar em 2014.

Antes de chegar ao cometa, no entanto, Rosetta deverá investigar o asteróide 21 Lutetia, já enquadrado pelas câmeras de bordo da sonda e também o asteróide 2867-Steins, ambos situados na região conhecida como "cinturão de asteróides", localizado entre as órbitas de Marte e Júpiter. A previsão dos cientistas europeus é que a nave chegue ao 21 Lutetia em setembro de 2008, enquanto Steins deverá ser visitado em julho de 2010.

O motivo dos pesquisadores terem escolhido esses asteróides, entre os milhares que orbitam no cinturão, é que ambos têm características bem diferentes. Enquanto Steins é relativamente pequeno, com alguns quilômetros de diâmetro, Lutétia é um objeto bem maior, com aproximadamente 100 quilômetros.

A missão da sonda é coletar um volume maior de dados sobre os asteróides e cometas, que de acordo com os cientistas, contém importantes informações sobre a origem e formação do Sistema Solar.

Ao se aproximar da órbita do 67P/Churyumov-Gerasimenko em 2014, a sonda irá liberar um pequeno explorador de 100 quilos, que deverá pousar na superfície gelada do núcleo do cometa e estudá-lo de maneira profunda. Segundo os responsáveis pelo projeto, esta é a mais complexa exploração de um cometa jamais vista.

O cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko tem um núcleo de 4 quilômetros de largura e orbita o Sol a cada 6.6 anos. Em seu afélio, ponto de maior afastamento do Sol, sua distância chega a atingir 857 milhões de quilômetros, enquanto seu periélio, menor distância da estrela, é de 186 milhões de quilômetros, um poucomaior que a distância da Terra ao Sol. O cometa foi descoberto em 1969 por Konstantin Churyumov, da Universidade de Kiev, na Ucrânia e seu colega S. Gerasimenko, do Instituto de Astrofísica do Tadjiquistão.

Um vez liberada a sonda, a nave Rosetta passará dois anos orbitando o cometa, que retorna em direção ao Sol, ao mesmo tempo que recebe dados enviados de sua superfície. A missão iniciada em 2 de março de 2004 termina em dezembro de 2015, após a nave passar novamente próximo à Terra e ter completado 4 mil dias no espaço.

Fotos: No topo da página vemos Marte, em cena feita em dezembro de 2006, alguns dias antes da sonda receber o "empurrão gravitacional" do planeta. Nas ilustrações temos dois momentos que deverão acontecer quando Rosetta se aproximar do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko: o momento da liberação da sonda que deverá pousar em sua superfície gelada e a sonda já na superície.

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