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Endeavour desacopla da ISS e prepara retorno à Terra

Terça-feira, 25 mar 2008 - 08h38
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Após quase 13 dias acoplado à Estação Espacial Internacional, ISS, o ônibus espacial Endeavour iniciou sua jornada de volta à Terra, após se desacoplar do complexo orbital nesta segunda-feira. A porta estanque que unia as duas naves foi fechada exatamente às 18h49 pelo horário de Brasília, após a cerimônia de despedida entre os sete membros da tripulação STS-123 do ônibus espacial e os três tripulantes da atual equipe 16 da ISS.

O desacoplamento entre as naves finalizou às 21h25, após uma série de procedimentos de navegação efetuados pelo piloto Gregory Johnson, que antes de comandar o ônibus espacial de volta à Terra, orbitou o Endeavour ao redor da ISS e do novo laboratório japonês Kibo.

A missão STS-123 chegou à ISS no dia 12 de março, onde entregou e instalou ao módulo Harmony o container logístico pressurizado ELMPS, a primeira etapa do laboratório japonês Kibo. Os astronautas também instalaram um segundo braço robótico duplo, Dextre, de fabricação canadense e realizaram trabalhos de manutenção externa, além de demonstraram uma nova técnica de conserto de placas de blindagem térmica em caso de necessidade.

Durante sua estadia na ISS, os astronautas da missão STS-123 bateram o recorde de atracamento entre as duas naves, com quase 13 dias unidas. Além disso, estabeleceram também o recorde de atividades extraveiculares, realizando cinco passeios espaciais, quando o normal são três caminhadas em 11 ou 12 dias de acoplamento.

Além das tarefas espaciais, a missão STS-123 levou à ISS o engenheiro de vôo Garrett Reisman, que ficará no lugar do astronauta europeu Léopold Eyharts, que está retornando à Terra junto à tripulação do Endeavour.

O pouso da nave Endeavour está programado para esta quarta-feira, às 20h05, na pista do Centro Espacial Kennedy, na Flórida. Os procedimentos de-orbitais têm início às 18h58, quando a nave estiver sobrevoando a Indonésia.


A Re-entrada


De-orbital é o nome dado ao processo de re-entrada e é realizado pelos computadores de bordo dos ônibus espaciais. Esta operação posicionará a Endeavour de costas e acionará os retro-foguetes de modo a diminuir a velocidade da nave.

Perdendo velocidade, a nave tende a perder altitude, o que aumenta o atrito sobre as altas da camada da atmosfera. Conhecido por "re-entrada", este é um dos momentos mais críticos de toda a missão, somente comparável em risco aos 8 minutos iniciais do lançamento.

Durante a re-entrada, a temperatura do corpo da espaçonave atinge mais de 1500 graus Celsius. Este calor é isolado por milhares de pequenas placas de cerâmica e sílica, que revestem a parte inferior do ônibus espacial. O nariz e bordos de ataque da nave são protegidos de forma mais cuidadosa, já que produzem maior atrito e consequentemente mais calor. Cada placa de cerâmica é única e numerada e não pode ser substituída por outra que não seja sua réplica.

A elevada temperatura causada pelo atrito aquece os gases ao redor da espaçonave e os incandesce. Esse fenômeno é conhecido como plasma e ocorre devido à ionização das partículas dos gases. A ionização bloqueia a propagação das ondas de rádio e impede a transmissão de dados e comunicações de voz entre a nave e o centro de controle da missão. Esse momento é conhecido como rádio-blackout.

O processo de-orbital desta quarta-feira ocorrerá durante a revolução 248 do ônibus espacial e como das outras vezes será transmitido ao vivo pelo Apolochannel, que retransmite a Nasa-TV.

Fotos: No topo, em primeiro plano, o especialista de missão Léopold Eyharts. Atrás dele o piloto Gregory H. Johnson. No momento da foto os astronautas trabalhavam os sistemas robóticos do laboratório norte-americano Destiny. Acima, vídeo mostra o momento do desacoplamento entre as naves, transmitido pela Nasa-TV. Créditos: Nasa/Nasa-TV/YouTube.

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