A conclusão foi divulgada por pesquisadores do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) em um importante estudo no último mês. Usando dados do Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, os estudiosos calcularam que em mais de 71 mil km² do território nacional ocorrem ventos com velocidade suficiente para a geração de energia.
A maior parte dessa área fica no litoral nordestino, em especial no Ceará e no Rio Grande do Norte. Ventos potentes também foram detectados em pontos do interior da Bahia e nas Regiões Sul e Sudeste.
Hoje a produção eólica do Brasil corresponde a menos de 1%. Nossa maior fonte vem das hidrelétricas, considerada uma fonte limpa. Entretanto, com o aumento do consumo de energia, cada vez mais o país tem feito uso de termelétricas movidas a gás natural.
O gás natural é menos poluente que o carvão mineral ou o diesel, mas ainda é um grande emissor de gás carbônico, principal vilão do aquecimento global.
Nesse cenário, o maior investimento em energia eólica no Brasil pode ser muito interessante e é defendida por ambientalistas e pesquisadores.
"No Nordeste, a construção de mais hidrelétricas é um problema nos períodos de seca prolongada. E justamente no período de menor chuva, durante o inverno e a primavera, é quando mais venta", explica o físico Fernando Barros Martins, que coordenou o trabalho.
O grupo agora estuda quais serão os impactos das mudanças climáticas para a geração de energia eólica no Brasil. Os primeiros resultados já projetam um aumento da quantidade de ventos nas próximas décadas.