O enxame sísmico que ocorre em Divinópolis, MG, repete o padrão de outros enxames que ocorrem normalmente em outras áreas do território brasileiro, caracterizados pelo deslizamento ou desmoronamento repentino em falhas geológicas. Essa dinâmica é provocada pelo acúmulo das tensões na crosta terrestre local devido às forças tectônicas que movimentam a placa Sul-Americana.
Segundo boletim sísmico publicado pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo, a análise dos sismogramas indica que todos os eventos estão ocorrendo numa única fratura da crosta superior, com poucas centenas de metros.
Segundo relatos e dados sismográficos, a maior parte dos epicentros está próxima ao bairro Candidés.
No entanto, embora alguns reservatórios possam de fato induzir tremores de terra, isso só acontece em reservatórios com profundidade maior que 30 ou 50 metros. De acordo com Centro de Sismologia da USP, o caso do reservatório Cajuru, com 20 metros, é uma exceção a nível mundial.
Segundo o Centro de Sismologia, os epicentros dos tremores induzidos por reservatórios normalmente se localizam dentro dos lagos ou nas suas margens.
A barragem de Gafanhoto está a 2,5 quilômetros de um dos epicentros, ou seja, bem fora da área de influência do reservatório. Dessa forma, a possibilidade dos tremores de Divinópolis terem alguma relação com a barragem é extremamente baixa e pode ser descartada.
Mais improvável ainda seria alguma relação com o reservatório de Cajuru, já que está muito mais distante de qualquer um dos epicentros.
Os tremores de Divinópolis estão longe das pedreiras Dibrita, localizada a 2.2 quilômetros dos epicentros e MBL, a 3.4 quilômetros, o que teoricamente descarta a possibilidade de efeito das pedreiras mencionadas.