Por dois anos, mais de mil cientistas de 60 países, estudaram as regiões polares e sua transformação diante do aumento das temperaturas no planeta. A conclusão é que o aquecimento dos pólos está muito maior do que se imaginava e a consequência será a elevação dos oceanos em níveis sem previsão.
Satélites e submarinos de alta tecnologia foram utilizados para o levantamento de dados. O relatório dos cientistas mostra que tanto o polo Sul como o polo norte estão derretendo de forma muito acelerada. Até a parte ocidental da Antártida que estava mais isolada das mudanças climáticas também será afetada.
São grandes as preocupações, entre elas a perda de gelo na Groenlândia e o derretimento das águas do Ártico. Além disso, o derretimento do gelo polar poderá liberar gases que estão presos e intensificar ainda mais as mudanças do clima.
O número de blocos de gelo que estão deslocados do continente boiando sobre as águas está surpreendentemente mais alto. Por ano, o degelo dos glaciais já soma 114 bilhões de toneladas.
Para Colin Summerhayes, diretor executivo do Comitê Científico de Pesquisas sobre a Antártida, a taxa de perda do gelo na região é mais alta do que o previsto pelo IPCC, Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas.
"Se a cobertura de gelo da Antártida derreter por completo, os níveis dos mares aumentarão em até 1.5 metros", disse Summerhayes. Mais de 200 milhões de pessoas que vivem em regiões costeiras poderão sofrer com o aumento do nível das águas.
Artes: Modelo mostra as áreas na Europa que serão fortemente atingidas caso o aumento do nível do mar suba 1 metro nos próximos 100 anos. Crédito: Aslak Grinsted, Niels Bohr Institute, University of Copenhagen - CReSIS/Haskell Indian Nations/Apolo11.com.