Segundo cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) e do Instituto de Tecnologia da Califórnia, o aumento das temperaturas parece ter acelerado o derretimento no mar das geleiras no sul da Groenlândia. A conclusão foi possível depois da análise dos dados de satélites sobra a velocidade do movimento das geleiras. Os cientistas acompanharam as imagens entre 1996 e 2005.
Ao mesmo tempo, combinaram essa velocidade com as alterações registradas na camada de gelo para calcular o derretimento anual e a diminuição da massa congelada. "O comportamento das geleiras que chegam ao mar é o aspecto mais importante para se compreender a evolução da camada de gelo nas mudanças climáticas", disse Eric Rignot, cientista da JPL.
"É necessário muito tempo para que uma camada de gelo se forme e derretida, mas as geleiras podem reagir rapidamente às mudanças de temperatura", completou.
Segundo o estudo, nos últimos anos a temperatura do ar sofre uma elevação de três graus no sudeste da Groenlândia, uma ilha coberta por uma camada de gelo de 1,7 milhões de quilômetros quadrados e três quilômetros de espessura e que, se derretida, elevaria o nível do mar em sete metros.
O cientista assinalou que até agora, os modelos usados para diagnosticar a perda de gelo na Groenlândia e sua contribuição para o aumento do nível do mar não consideraram as mudanças que ocorrem na velocidade com que as geleiras deslizam para o mar.
Os autores do estudo calculam que se essa velocidade fosse levada em consideração, a contribuição da Groenlândia seria de 0,5 milímetro para o nível marítimo, que aumenta cerca de 3 milímetros por ano.
As temperaturas altas aumentam a quantidade de água em estado líquido que chega à base das geleiras. Ali a água atua como um lubrificante, fazendo com que o gelo deslize mais rapidamente para o mar.
Leia Também: