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Estudo indica colapso de montanha após teste nuclear norte coreano

Quarta-feira, 2 mai 2018 - 08h52
Por Rogério Leite
Uma grande montanha próxima ao local de testes nucleares colapsou alguns dias após a poderosa detonação de 100 kilotons ocorrida em setembro de 2017. A conclusão é baseada em dados sismográficos e segundo diversos analistas, seria o real motivo da suspensão dos testes anunciada recentemente pelo governo de Kim Jong-un.

Imagem de satélite mostra a região da Coréia do Norte. Assinalado vemos o local dos testes nucleares.

O estudo foi realizado por geólogos da Universidade de Ciências e Tecnologia da China e revelou que além da montanha que colapsou, toda a área ao redor do campo de testes de Punggye-ri também sofreu severos danos, com possível afundamento do terreno.

A análise está baseada em dados sismográficos registrados no momento do teste nuclear de 3 de setembro de 2017 e também, principalmente, nas reverberações ocorridas oito minutos após a detonação e outros três eventos observados entre 23 de setembro e 12 de outubro de 2017.

Segundo os pesquisadores, a detonação produziu, além do terremoto de 6.3 magnitudes, quatro eventos posteriores, que segundo eles, foram provocados pelo desmoronamento gradual do terreno onde se encontra a montanha e grande parte das instalações do programa nuclear norte coreano.


Estresse Tectônico


Ao coletar dados sísmicos de alta qualidade e examinar imagens de satélite obtidas antes e depois dos testes, os cientistas chineses foram capazes de determinar onde os enxames sísmicos ocorreram e confirmaram que foram de fato causados pelos testes.

O estudo afirma que testes anteriores mais fracos teriam alterado a capacidade da área de resistir ao estresse tectônico, na medida em que falhas geológicas que anteriormente estavam inativas atingiram um estado considerado crítico. Para os pesquisadores, outras perturbações ou futuros testes nucleares na região poderão produzir colapsos em escala ainda maior, com graves consequências ambientais devido ao vazamento de radiação.

As descobertas confirmam um estudo feito alguns meses antes e que sugeriam que eventos tectônicos observados naquela região foram de fato provocados pelo homem e não como resultado da atividade tectônica natural.

Vazamento Radioativo


Até agora, nenhum material radioativo foi coletado ao longo da fronteira entre a Coréia do Norte e a China, mas as autoridades chinesas temem que parte da poeira radioativa possa estar vazando através de rachaduras e buracos na montanha danificada.
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