O relatório informa que existe somente uma pequena chance de que as emissões de gases sejam de fato mantidas sob controle.
"Fica claro pelo trabalho apresentado que os riscos de mudança climática podem ser maiores do que pensávamos", disse o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, durante a apresentação do relatório. De acordo com Blair, está bem claro que que a emissão dos gases, aliada à industrialização e crescimento econômico de uma população mundial que aumentou seis vezes em 200 anos, está provocando o aquecimento global a um ritmo insustentável.
Ainda de acordo com Hare, na faixa entre 1º C e 2º C, os riscos em todas as regiões aumentam significativamente e são substanciais em nível regional. Acima de 2º C, os riscos aumentam muito, envolvendo potencialmente um grande número de extinções ou mesmo colapso de ecossistemas, grande aumento de riscos de escassez de água e fome, bem como prejuízos socioeconômicos, particularmente em países em desenvolvimento.
Hare explicou que se a temperatura subisse aproximadamente 2º C, já seria suficiente para iniciar o derretimento da camada de gelo da Groenlândia, o que poderia causar, a longo prazo, o aumento do nível do mar em 7 metros.
Segundo os pesquisadores, essa mudança de temperatura seria suficiente para provocar diversos impactos, entre eles:
- Queda nos rendimentos de plantações do mundo desenvolvida e em desenvolvimento,
- Triplicar as colheitas ruins na Europa e na Rússia,
- Deslocamento em larga escala de pessoas no norte da África por causa de desertificação,
- Até 2,8 bilhões de pessoas com risco de sofrer escassez de água,
- Perda de 97% dos corais de recife,
- Perda total do gelo do verão no Ártico, com extinção do urso polar e do cavalo marinho,
- Disseminação de malária na África e na América do Norte.
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