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Estudo mostra que temperatura na Antártida foi maior que a atual

Quinta-feira, 19 nov 2009 - 09h41
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Um recente estudo publicado esta semana pela revista Nature revelou que a temperatura no continente gelado durante as eras interglaciais pode ter sido maior do que o imaginado até agora. De acordo com o trabalho, em tempos passados temperatura do continente gelado pode ter sido 6 graus Celsius mais quente do que nos dias atuais.

A conclusão foi possível após minuciosa análise dos testemunhos de gelo extraídos da superfície antártica e podem ajudar os cientistas a compreenderem um pouco mais sobre as rápidas mudanças climáticas que acontecem naquele local.

Análises anteriores haviam mostrado aos cientistas que o clima na Antártida apresentava eras de gelo e períodos interglaciais de aquecimento a cada 100 mil anos aproximadamente. A nova investigação foi mais longe e mostra diversos picos de temperatura dentro dos períodos interglaciais que se estendem por mais de 340 mil anos.

Segundo a cientista Louise Sime, ligada ao centro britânico de pesquisas do gelo, BAS, e autora do trabalho, as evidências sugerem que o clima na Antártida apresenta um alto nível de sensibilidade aos gases do efeito estufa, em patamares similares aos encontrados hoje em dia.
"Não esperávamos encontrar temperaturas tão altas e nem sabemos ao certo o que pode ter causado esse superaquecimento", disse a cientista. "Essas variações mostram que o clima pode ter sofrido mudanças muito rápidas nos períodos anteriores aos de nível de CO2 elevado, mas não sabemos porque".

Segundo o glaciologista Eric Wolff, coautor do trabalho, durante o último período de aquecimento há cerca de 125 mil anos, o nível do mar era cerca de 5 metros acima do atual. Segundo ele, se os cientistas conseguirem estabelecer com precisão as temperaturas na Antártida e Groenlândia durante esse período, será possível entender como o derretimento de grandes camadas de gelo interferem na elevação do nível dos oceanos.


Foto: Grupo de cientistas manipula núcleos de gelo retirados após a perfuração da camada gelada. Da mesma forma que os anéis das árvores, os núcleos de gelo, também chamados "testemunhos", também preservam a água e oxigênio acumulado ao longo de milhares de anos. Crédito: Reto Stöckli.

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