Na ocasião do evento, um grupo de geólogos e geofísicos determinou a dimensão da faixa de ruptura que provocou o abalo.
Recentemente, novos estudos da equipe foram publicadas na revista Nature e sugerem que as teorias anteriores sobre onde podem ocorrer terremotos gigantes devem ser mudadas. De acordo com o estudo, regiões que antes se acreditava imunes a esses eventos podem também correr perigo, incluindo a região do Caribe.
A maior parte dos eventos de grande intensidade, como o de Sumatra, na Indonésia, ocorre em áreas chamadas de subdução, onde as placas que compõem a crosta terrestre, conhecidas como placas tectônicas, deslizam uma abaixo da outra. No caso do terremoto de Sumatra, as placas indiana e australiana mergulham por baixo da placa do sudeste da Ásia.
A local da falha onde se deu a ruptura não pode ser visto diretamente, já que se encontra a vários quilômetros abaixo do leito oceanico.
Mesmo estando abaixo da superfície marinha, a violenta energia liberada no momento da ruptura causou também movimentos na superfície. Usando três técnicas diferentes, os cientistas mediram esses movimentos, incluindo comparações através de fotos de satélites e mudança de posições continentais em estações de GPS na região do Índico.
Com base nesses dados, os cientistas concluíram que o evento que disparou o tsunami de 2004 foi causado pela ruptura de uma faixa de mais de 1.600 km do ponto de contato entre as placas. A largura da região da superfície que se rompeu chegou a 150 km.
Até 2004, o que se sabia era que o terremoto não deveria ter ocorrido, já que a região da crosta da Terra naquele ponto do ocenao, é densa e antiga e o movimento relativo entre as placas é lento. Até então a teoria era de que terremotos gigantes só são possíveis se uma das placas envolvidas é jovem e tem baixa densidade, e se o movimento relativo entre as placas tectônicas é alto.
A conclusão é que muitas áreas de subdução, antes consideradas seguras, terão de ser reavaliadas. Os pesquisadores citam por exemplo o caso das Ilhas Ryukyu, entre o Japão e Taiwan e também alertam que pode ser um erro considerar livre de terremotos a região caribenha que vai de Trinidad a Barbados e Porto Rico.
Leia Também: