O trabalho é preventivo e vai ajudar a direcionar as políticas públicas de adaptação dessas cidades diante do aquecimento global.
O mapeamento vai indicar fragilidades dos centros urbanos ligados à saúde, por exemplo, como o aumento de doenças e a situação dos moradores em zonas costeiras com a elevação do nível do mar. Outros campos de estudo são as cheias e secas extremas, recursos hídricos disponíveis e ecologia urbana.
O investimento inicial do governo para a pesquisa é de R$ 1 milhão e o estudo irá começar por São Paulo e o Rio de Janeiro com os primeiros resultados divulgados em março do ano que vem. Na lista seguem as cidades de Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, Belo Horizonte e Belém, mas estas ainda dependem de novos recursos financeiros.
Segundo Nobre, o levantamento será mais qualitativo do que quantitativo. "É uma maneira de achar um atalho mais rápido para implementar medidas que são urgentes.
O pesquisador ainda ressalta que é importante não se desviar do foco de debate sobre as mudanças climáticas no Brasil, decorrentes do desmatamento na Amazônia. A ênfase na redução de emissões nas cidades não pode ser maior que a ênfase na redução do desmatamento, completa Nobre.
Carlos Nobre também é pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e secretário-executivo da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima).
Foto: São Paulo será uma das primeiras cidades a ser mapeadas pelo estudo.