Durante várias horas de terça-feira, uma intensa rajada de partículas carregadas vindas do Sol golpearam incessantemente a alta atmosfera da Terra, provocando instabilidades tão fortes que fizeram o índice KP, que mede a intensidade das tempestades geomagnéticas, atingir o nível 8 por mais de 9 horas.
Essa foi a maior tempestade geomagnética registrada no atual ciclo solar 24, iniciado em 2008.
O evento ocorreu após uma fraca explosão observada no domingo, 15 de março, acima da mancha solar AR 2297, que junto à ruptura de um filamento localizado nas proximidades provocaram um simples flare de raios-x de classe C9, considerado de baixa intensidade.
No entanto, embora a intensidade da explosão solar não tenha sido das maiores, a posição em que ocorreu na superfície solar fizeram com que a ejeção de massa coronal lançada ao espaço a cerca de 3 milhões de km/ atingisse em cheio o nosso planeta na madrugada de terça-feira.
Como resultado o índice KP subiu a ao nível 8, um ponto abaixo do topo da escala, levando o Centro de Previsão de Clima Espacial dos EUA, SWPC a emitir diversos alertas de riscos de blecautes de energia elétrica e panes em sistemas de localização e comunicação, especialmente para aqueles situados no hemisfério norte. Empresas de seguros que operam com equipamentos a bordo de satélites também foram alertadas para possibilidade de danos.
Ainda não é possível conhecer as consequências reais dessa tempestade - batizada de St. Patrick - mas a ionização da ionosfera foi tão intensa que provocou auroras austrais até mesmo em Queensland, na Austrália, onde o fenômeno foi visto pela última vez em 2003, quando o Índice KP também chegou ao nível 8.
Na manhã desta quarta-feira o índice KP continuava alto, próximo ao KP 6, mas a previsão é de estabilização ao longo do dia.