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Fim da missão: Julio Verne vai queimar na re-entrada

Quinta-feira, 4 set 2008 - 10h36
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Após cinco meses acoplado à Estação Espacial Internacional e tendo completado todas as tarefas para o qual foi projetado, a vida do cargueiro espacial Julio Verne chega ao fim. Às 18h30 desta sexta-feira (05/09) a nave será separada da ISS e será lançada contra a atmosfera terrestre, onde será consumida pelas chamas.

O processo não será rápido. Após o comando de separação, enviado pelo centro de comando da missão localizado em Toulouse na França, o cargueiro europeu perderá altitude lentamente até o dia 29 de setembro, quando seus motores serão novamente acionados por duas vezes.

A operação fará o cargueiro, de 13.5 toneladas, mudar sua órbita natural e quase circular para uma trajetória inclinada e sem volta rumo às águas do Pacífico.

O evento da re-entrada ocorrerá durante a madrugada e será acompanhado por dois aviões carregados com uma série de equipamentos científicos da Nasa e da Esa, a Agência espacial Européia. A equipe a bordo da ISS também fará observações da re-entrada do cargueiro através de um espectrômetro ultravioleta, de fabricação russa.

Re-entrada e Queima


Naves que re-entram na atmosfera normalmente se rompem entre 72 e 84 quilômetros de altitude devido à temperatura e forças aerodinâmicas que agem sobre a estrutura. A altitude nominal do rompimento é de 78 km, mas satélites de grande porte que têm estruturas maiores e mais densas conseguem sobreviver por mais tempo e se rompem em altitudes mais baixas. Painéis solares são destruídos bem antes, quando os satélites ainda estão entre 90 e 95 km.

Uma vez que a espaçonave ou seu corpo principal se rompem, diversos componentes e fragmentos continuam a perder altura e se aquecer, até que se desintegram ou atingem a superfície. Muitos dos componentes são feitos em alumínio, que se derretem facilmente. Como resultado, essas peças se desintegram quando a nave ainda está em grandes altitudes. Por outro lado, se um componente é feito com material muito resistente, que necessita de altas temperaturas para atingir o derretimento, pode resistir por mais tempo e até mesmo sobreviver à re-entrada. Entre esses materiais se encontram o titânio, aço-carbono, aço-inox e berilo, comumente usados na construção de satélites.

Saiba mais sobre re-entrada

No topo, concepção artística mostra os painéis solares do cargueiro Julio Verne se rompendo au se aquecer na atmosfera. Crédito: ESA. Na seqüência video mostra o processo de re-entrada. Crédito: Youtube. Acima re-entrada não programada do ônibus espacial Columbia em 1 de fevereiro de 2003. Crédito: WikiMedia Commons.

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