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Fim da polêmica: Plutão é rebaixado e vira planeta-anão

Quinta-feira, 24 ago 2006 - 14h23
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A União Astronômica Internacional, IAU, decidiu na manhã de hoje que Plutão não pertence mais à categoria de planeta.

A decisão foi tomada durante a XXVI Assembléia Geral, que se realiza em Praga, capital da República Tcheca e pôs fim a uma das maiores polêmicas astronômicas desde 1930, quando Plutão foi descoberto.

Com a decisão tomada hoje, o sistema solar passa a ter três categorias distintas de planetas. O primeiro grupo engloba os oito planetas atuais - Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Netuno, Saturno e Urano. O segundo grupo engloba os asteróides e o terceiro grupo abriga Plutão e UB313, descoberto em 2003.

Outra decisão da IAU faz de Plutão o protótipo de uma nova categoria de objeto transnetuniano - corpos que se localizam além da órbita de Netuno - e cujo nome será definido futuramente. Entre os nomes propostos, "plútons" ou "plutonianos", nenhum ainda foi oficializado.

A definição adotada hoje, por mais de 2500 astrônomos de todo o mundo, preenche um vazio existente desde a época do astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543).

Plutão foi descoberto há 76 anos pelo cientista norte-americano Clyde Tombaugh (1906-1997), e é objeto de polêmica há décadas, principalmente devido a seu tamanho, que vem sendo reduzido ano após ano e que agora está estabelecido em 2.3 mil quilômetros de diâmetro.

Plutão é muito menor que a Terra, que tem 12.750 quilômetros e também menor que nossa a Lua, com 3.480 quilômetros e UB313, com 3 mil quilômetros, descoberto em 2003 pelo astroonomo Mike Brown, do Instituto de Tecnologia da Califórnia.


Debates


Os especialistas estão há quase três anos em meio a calorosos debates para determinar uma definição clara sobre o que seria "planetas". Depois que Brown descobriu UB 313, situado a 14.550 bilhões de quilômetros da Terra, o problema foi agravado, já que por ser maior que Plutão, também deveria ser classificado como tal.

Antes dessa resolução tomada hoje, haviam diversas propostas contrárias á retirada de Plutão. Uma delas, que ficou muito conhecida, elevaria pata 12 a quantidade de planetas do Sistema Solar, já que além de Plutão, seria acrescentado pelo menos mais três objetos: o asteróide Ceres, a lua de Plutão, Caronte e o corpo 2003 UB313, ainda sem nome oficial, mas chamado Xena por seu descobridor, Mike Brown.

No entanto, nos últimos dias viu-se crescer a oposição à esta proposta, principalmente entre cientistas mais ortodoxos. O próprio Brown, descobridor de Xena, se manifestou contra a idéia de 12 planetas.


Momento histórico


A votação da IAU representa uma reforma histórica, já que esta é a primeira vez em que cientistas contam com uma definição formal de "planeta".

Antes que possam ser chamados de planetas, os objetos celestes devem preencher alguns quesitos básicos, preenchidos agora somente por oito corpos.

  • Deve ter massa suficiente para que tenha forma quase redonda
  • Deve orbitar o Sol
  • Deve ser supremo nos domínios da sua órbita, tendo atraído para seu campo gravitacional qualquer corpo vizinho.

    Plutão não se enquadraria na terceira regra, já que partilha sua órbita com milhares de outros objetos, inclusive com sua lua Caronte.

    Fotos: As imagens maiores mostram os momentos de votação da União Astronômica. A outra imagem mostra Plutão, agora planeta-anão, e Caronte, sua lua.

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