Os cientistas também gostam de balões e não perdem a oportunidade de soltar alguns deles. Principalmente quando são grandes e levam um monte de instrumentos para o espaço. É claro que não são balões de ar quente, alimentados por tochas. Os balões que estamos falando são aqueles inflados com gás hélio e que carregam experimentos científicos em altitudes que muitas vezes superam os 30 mil metros, uma região conhecida como "fronteira do espaço".
Neste final de semana, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE, em parceria com o Centro Nacional de Estudos Espaciais, CNES, da França, lançaram no dia 27 de junho às 02h22, o último balão de grande altitude da Campanha SCOUT 2008.
A carga, com peso de 530 kg, foi lançada a partir do aeroporto de Timon, no Maranhão em um balão de 402 mil metros cúbicos de hélio e de acordo com os cientistas do INPE atingiu 37200 metros de altitude, na fronteira do espaço. O experimento durou aproximadamente 16 horas e foi resgatado na localidade de Capinzal do Norte, também no Maranhão.
O experimento teve o objetivo de obter dados do perfil estratosférico relacionado à química do ozônio nas latitudes tropicais, necessárias para a validação dos dados gerados pelo satélite ENVISAT, da Agência Espacial Européia, ESA.
Juntos, os experimentos vão gerar uma série de dados para pesquisas, todas focadas na relação entre a química e o clima da troposfera superior e estratosfera inferior. Entre os objetivos estão o estudo da camada de ozônio, a previsão de mudanças climáticas e a validação dos instrumentos eletrônicos a bordo dos satélites.