O efeito do iceberg B-15a em McMurdo Sound é aparente nessas imagens de cores reais adquiridas pelos sensores de resolução moderada MODIS a bordo do satélite Terra no dia 13 de dezembro de 2004, acima, 9 de novembro de 2004 à esquerda e 7 de novembro de 2003, abaixo à direita. Pela imagem de 2003, nesta época, o mar de gelo começava a se afastar de McMurdo Sound. Já nas imagens de 2004 o gelo permanece sólido mesmo em dezembro. Apesar do iceberg B-15A estar presente em ambos os anos, sua posição sofreu um deslocamento, que foi suficiente para bloquear a saída do gelo em direção ao mar de Ross.
Nos dias que se passaram entre 9 de novembro e 13 de dezembro, o grande bloco B-15A se deslocou erraticamente para longe da ilha de Ross, nas águas abertas do mar de Ross. O bloco B-17J que se separou do iceberg B-15A em outubro de 2003, sofreu uma rotação e deverá seguir o bloco "pai".
A congelada McMurdo Sound pode ser vista a esquerda dos dois grandes icebergs. À sua direita está a plana e branca Barreira de Ross, uma gigantesca placa de gelo flutuante, da qual, em 2000, se originou o iceberg B-15A. Os ásperos fiordes da Costa Scott estão parcialmente livres do gelo, como podemos ver na parte central inferior da imagem.
Conseqüências
Milhares de filhotes de pingüim podem morrer de fome na Antártida nas próximas semanas quando o enorme iceberg bloqueará o acesso a locais costeiros onde as aves buscam sua alimentação. O alerta foi feito pelo chefe-executivo de agência governamental da Nova Zelândia na Antártida, Lou Sanson.
O iceberg fará com que cerca de 3 mil casais de pingüins tenham que caminhar 180 quilômetros para conseguir chegar ao oceano e buscar sua alimentação. Pesquisadores dos animais prevêem que o incremento anual da população de pingüins sofrerá queda, disse Sanson.
O iceberg B-15A, que se movimenta a 2 quilômetros por hora, pode vir também a bloquear o acesso à rota oceânica usada para abastecimento de três estações na Antártida durante o verão do hemisfério sul. Estudiosos americanos estimam que o bloco de gelo possui água fresca suficiente para abastecer todo o complexo do Rio Nilo, no Egito, por pelo menos 80 anos.