Batizada de AR 2104, a mancha solar surgiu no limbo leste da região sul da estrela há cerca de três dias e nas últimas 24 horas apresentou crescimento significativo. No momento, a mancha ocupa 410 milionésimos do disco solar, aproximadamente 1.3 bilhão de quilômetros quadrados ou 2.5 vezes a área do planeta Terra.
Além do grande tamanho, a anomalia apresenta características magnéticas do tipo Beta-Gama-Delta, uma configuração tão complexa que é impossível traçar uma linha contínua entre os pontos de polaridades opostas dentro do grupo.
Regiões ativas com essas características podem ser responsáveis por emissões de flares solares de intensidade bastante alta, que podem ser acompanhadas de ejeções de massa coronal de elevada densidade.
Em 25 de fevereiro, uma mancha de características semelhantes, AR 1990, emitiu um poderoso flare de raios-x de classe X4.9, um dos maiores desse ciclo. A emissão injetou no topo da atmosfera da Terra nada menos que 62 gigawatts de potência em raios-x, o mesmo que a energia gerada simultaneamente por cinco usinas de Itaipu.
Para ver a mancha, você deve usar óculos especiais vendidos em sites de astronomia ou então usar a conhecida lente de soldador número 14. Não utilize CDs, chapas de raios-x ou qualquer outro dispositivo. Mesmo que pareça escurecer o Sol, esses utensílios são extremamente perigosos pois não bloqueiam adequadamente a radiação infravermelha que chega aos olhos.
Uma mancha é considerada grande quando mede entre 300 e 500 milionésimos do disco solar. A maior mancha conhecida foi registrada em 1947. Ela tinha 6132 milionésimos, cerca de 1/7 do disco solar.
O nome do grupo de manchas é composto da inicial "AR", que significa Active Region, seguida de um bloco de quatro números. Em 14 de junho de 2002 a NOAA chegou ao número 10000 e para manter a compatibilidade com o padrão adotado, resolveu-se suprimir o quinto dígito. Assim, a mancha solar AR2104 é na realidade AR12104. Isso significa que desde 1972 já foram observadas mais de 12 mil regiões ativas na superfície do Sol.