Lançada em 9 de maio de 2003 com total indiferença da imprensa, a pequena sonda Hayabusa (Falcão) está agora à beira do encontro com um asteróide de 630 metros numa missão que pode se tornar histórica.
Se for bem sucedida, a Hayabusa será a primeira espaçonave a trazer para a Terra material bruto de um asteróide, parte dos restos primitivos deixados para trás na formação do Sistema Solar.
"A compreensão da composição química dos asteróides vai nos ajudar a entender como os planetas foram formados. Mas os únicos asteróides que vemos na Terra são restos queimados, como meteoritos, não a substância bruta propriamente", explicou Patrick Michel, astrofísico envolvido na missão, que trabalha para o Observatório da Cote d´Azur, no sul da França, e para o Centro Nacional Francês de Pesquisa Espacial (CNRS).
A sonda Hayabusa, movida por um motor de íons - uma lenta mas constante forma de propulsão - está agora a apenas 750 quilômetros do asteróide Itokawa, segundo informações divulgadas na última segunda-feira pelo site da missão, ligado à Agência de Exploração Aeroespacial Japonesa (JAXA).
Se a aritmética estiver certa e a sorte estiver do lado da Hayabusa, uma pequena explosão vai lançar o material bruto do asteróide para um funil delgado, direto para a sonda. O projétil vai liberar pequenos materiais explosivos em três partes diferentes do asteróide, com cada amostra sendo armazenada com cuidado a bordo da sonda.
A Hayabusa vai lançar também um pequeno robô, do tamanho de uma lata de alumínio, chamado Minerva, que por dois dias vai vasculhar a superfície do asteróide, fazendo fotografias e medindo sua temperatura.
Após toda esta pesquisa, é hora de voltar pra casa. Em junho de 2007 a preciosa carga da sonda Hayabusa, de apenas 100 miligramas, vai poUsar na Austrália.