A cena é a mostrada acima e retrata o cometa C/2012 S1 ISON como visto pelo telescópio espacial no dia 30 de abril de 2013. Ela é uma imagem obtida pela manipulação de parâmetros feita pelo aplicativo disponível no próprio site do telescópio. A imagem no canto superior esquerdo corresponde à mesma cena, mas com o brilho bastante aumentado.
Depois que a imagem revelando os traços foi divulgada, centenas de sites passaram a informar que o cometa ISON era na verdade uma ou mais naves espaciais, ou então que estava se fragmentando perigosamente.
Na realidade, a imagem divulgada não é uma cena única e isolada como fez parecer os blogs que a divulgaram, mas uma série de 5 imagens de longa exposição registradas pelo telescópio durante 40 minutos e em seguida combinadas para formar uma única cena, em um processo chamado "stack". Cada uma tem aproximadamente 480 segundos de duração e podem ser vistas separadamente no mosaico abaixo.
Diferente dos telescópios em terra que se deslocam para seguir os objetos no céu, o telescópio Hubble se guia pelas estrelas. Assim, para registrar o cometa o telescópio foi mantido travado em uma posição fixa no espaço ao mesmo tempo em que a luz do cometa era registrada. Isso fez ISON ser registrado como um traço, sendo que cada um representa o movimento do cometa durante 480 segundos. O intervalo negro entre cada exposição revela o tempo entre um frame e outro.
O aparente movimento circular é causado pelo movimento do telescópio ao orbitar a Terra. Isso explica os tamanhos diferentes como o cometa aparece em cada exposição, já que o ângulo de observação não é o mesmo para cada uma. No frame número 3 por exemplo, ISON aparece muito menor que nos outros, provavelmente porque neste instante ISON estava quase de frente para o telescópio.
O vídeo acima mostra a animação das imagens. Após combinadas e com o brilho ampliado, a cena revela ISON majestoso e muito mais interessante que os traços isolados das imagens de longa exposição, que nada tem a ver com uma nave espacial. Aguardemos novembro!