Os primeiros vestígios da explosão só foram vistos novamente em 1751, mas seu estudo aprofundado só ocorreu no final da primeira metade do século 20 quando os astrônomos confirmaram que a nebulosa era o restante da explosão de uma estrela, uma supernova. Esse foi o primeiro objeto astronômico identificado com uma explosão desse tipo.
Localizada na constelação de Touro, a 6300 anos-luz da Terra, a Nebulosa do Caranguejo tem um diâmetro de 11 anos-luz e se expande rapidamente à taxa de 1500 quilômetros por segundo. Em seu centro se localizam dois núcleos muito pequenos, sendo que um deles é o responsável pela existência da nebulosa e é o núcleo ativo da outrora gigantesca estrela. Girando a 30 revoluções por segundo, o poderoso núcleo de menos de 30 km de diâmetro - chamado estrela de nêutrons - emite intensos feixes de ondas eletromagnéticas em diversos comprimentos de onda, principalmente raios-x e raios-gama.
Nesta imagem, feita pelo telescópio espacial Hubble, vemos a intrincada rede de misteriosos filamentos que compõe a nebulosa. Além de tremendamente complexos, os filamentos aparentam terem menos massa do que aquela que foi expelida durante a explosão. O brilho dos filamentos e do material estelar é provocado pelo intenso bombardeio de raios-gama e raios-x, que ionizam o gás estelar e o fazem brilhar em diversos comprimentos de onda, detectados pelas câmeras de alta resolução do telescópio Hubble.
Além da beleza ímpar no seguimento visível do espectro, os cientistas usam a radiação emitida pela Nebulosa para estudar diversos objetos que estejam em seu caminho. Entre os anos de 1950 e 1960 os pesquisadores estudaram a coroa solar ao observarem as variações nas ondas eletromagnéticas que passavam por ela. Recentemente as emissões da Nebulosa foram usadas para medir a espessura das atmosferas da lua saturniana Titã, através do bloqueio sofrido pelos raios raios-x ao atravessar a atmosfera da lua.