A área do iceberg é tão grande que abrange um território equivalente a quase duas cidades de São Paulo ou aproximadamente a metade do Distrito Federal. Os pesquisadores australianos acreditam que a grande massa de gelo poderá bloquear uma região que produz um quarto de toda a água densa e gelada do mar e assim causar alterações nas correntes marítimas do planeta.
Os cientistas alertam que a interrupção no fluxo normal dessas águas geladas afetaria as correntes oceânicas e os padrões do clima ao longo dos anos. Por consequência, o inverno ficaria mais rigoroso no Atlântico Norte, por exemplo.
"Esta área é responsável por cerca de 25% de toda a produção da água de baixo na Antártica e, portanto, irá reduzir a taxa de circulação de cima para baixo", afirmou Neal Young, glaciologista do Centro de Pesquisa de Ecossistemas e Clima Antártico na Tasmânia, se referindo as mudanças que podem acontecer.
"Você não irá ver isso imediatamente, mas haverá efeitos corrente abaixo. E também haverá implicações para os pinguins e outros animais selvagens que normalmente usam esta área para alimentar-se", completou Young.
Segundo os pesquisadores, o iceberg em questão se deslocou após a colisão com outro iceberg mais antigo e ainda maior, o B-9B, que se rompeu em 1987.
A geleira de Mertz, caracterizada como em espécie de língua na ponta do continente antártico já está quase quebrada. Ela está pendurada como um dente frouxo", disse outro glaciologista, o francês Benoit Legresy. "Se os icebergs ficarem nesta área, eles podem bloquear a produção desta água densa, acrescentou Legresy.