O motivo de tamanha quantidade de fumaça também foi largamente divulgado e tratava-se da intensa queima de biomassa, uma operação ainda usada em alguns países para o preparo do solo para o plantio da safra.
O que poucos divulgaram, no entanto, é a extensão e origem da pluma de fumaça, captada com precisão na imagem de satélite vista acima. A cena mostra as centenas de focos de queimadas, localizados a noroeste da capital portenha e concentrados especialmente à margem esquerda do rio Paraná. A composição mostra que as propriedades rurais responsáveis pela queimada se estendem por mais de 150 quilômetros ao longo do rio.
A imagem foi captada no dia 17 de abril de 2008 pelo satélite de sensoriamento remoto Aqua, através do sensor Modis (espectroradiômetro de resolução moderada). Pela imagem vemos que a fumaça originada nos diversos focos destacados em vermelho, é carregada pelos ventos que sopram em sentido sudeste em direção à capital Buenos Aires e à Bacia do Prata, foz dos rios Paraná e Uruguai. A coloração marrom da água ali observada é devido à grande quantidade de sedimentos trazidos pela água.
De acordo com o ministro do interior argentino, Florencio Randazzo, a área das queimadas é composta de pasto, anteriormente dedicada ao gado, mas agora direcionada ao plantio de soja.
Apesar de a imprensa ter divulgado as imagens da fumaça sobre a capital do país, pouco se comentou sobre outras cidades fortemente atingidas pela fumaça, entre elas Ibicuy e Pergamino, localizadas exatamente abaixo da região mais densa da nuvem e tradicionais produtoras de soja.