Olhando a foto acima é difícil imaginar que o disco escuro rodeado de pontos negros, seja realmente o nosso Sol.
No entanto, a bem da verdade, a imagem não mostra o Sol em sua totalidade, mas apenas em uma minúscula parte do seu espectro luminoso, uma janela muito estreita dentro do espectro da luz vermelha conhecida como H-Alpha ou Hidrogênio-Alfa.
No Sol esse processo ocorre continuamente devido a ionização do hidrogênio, que excita os elétrons e os faz mudar de órbita gerando um novo fóton a cada transição.
Apesar do comprimento de onda desses fótons estarem dentro do espectro visível, no caso do Sol é praticamente impossível enxerga-los à vista desarmada. Para vê-los é empregado um tipo especial de filtro solar chamado H-Alpha, que bloqueia todos os comprimentos de onda da luz visível com exceção do hidrogênio-Alpha.
A cena mostrada foi feita pelo astrofotógrafo Jim Lafferty, que usou um telescópio solar equipado com filtro solar H-Alpha e mais algumas técnicas de manipulação de imagens necessárias para ressaltar os detalhes da estrela. De acordo com Lafferty, após a captura a imagem foi transformada em preto e branco e em seguida teve os tons de cinza invertidos. Após o processamento foi adicionado o campo de estrelas, também com as cores invertidas.
O resultado da observação nesse comprimento de onda é a de podermos ver a superfície do Sol como ela é, com seu gigantesco oceano de hidrogênio em movimento, turbulências, longos filamentos e enormes regiões ativas impossíveis de serem vistas de outra maneira.