O Mar de Aral se localiza na Ásia Central, entre o Cazaquistão e Uzbequistão. No final dos anos de 1980, a diminuição do volume de água dividiu o grande lago em dois leitos menores: o Aral Pequeno, ao norte e o Aral Grande, ao Sul, caracterizado pela forma de uma grande ferradura. Em 2000, o contínuo esvaziamento dividiu o Aral Grande em dois lóbulos menores, ocidental e oriental.
Até 1960, o Mar Aral tinha 68 mil km quadrados de área, com volume estimado em 1.100 km cúbicos de água. Em 1998 sua superfície estava reduzida a 29 mil km quadrados e o volume despencou para 220 km cúbicos. Neste período a salinidade da água subiu proporcionalmente de 10 para 45 gramas de sal por litro de água.
O drama do Aral pode ser melhor compreendido observando as imagens acima, registradas pelo satélite europeu Envisat entre os anos de 2006 e 2009. As cenas mostram uma dramática retração de 80% do lóbulo oriental do lago, que na imagem de 2006 já tinha apenas tinha 11 mil km quadrados. Em 2007 a área era de apenas 10% da original e a salinidade atingiu 100 gramas por litro de água.
O constante esvaziamento do lago deu lugar a um deserto branco e salgado de 40 mil km quadrados, chamado Aral Karakum. Todos os anos as tempestades de areia varrem do leito seco aproximadamente 150 mil toneladas de sal e areia, que são transportadas por centenas de quilômetros causando graves problemas de saúde na população local e tornando os invernos regionais mais frios e os verões mais quentes.
Segundo os pesquisadores, a quantidade de água retirada dos rios duplicou entre o período de 1960 e 2000, alavancando a produção de algodão e tornando o Uzbequistão o 3º maior exportador de algodão do mundo.