Ao atingir a costa de Myanmar, os ventos sustentados por Nargis chegaram a 249 km/h, alcançando a Categoria 4 da escala Saffir-Simpson, que vai de 1 a 5. Normalmente, ciclones com essa intensidade produzem surtos de tempestade capazes de causar ondas com mais de 5.5 metros de altura. Essas ondas, aliados aos intensos temporais que acompanham os ciclones produzem alagamentos que podem se propagar por mais de 10 km de distância da linha costeira.
Os surtos de tempestade são causados pela baixa pressão produzida por um furacão, capaz de sugar a água do oceano imediatamente abaixo, causando intensa instabilidade e agitação marítima.
As imagens fazem uso da combinação do espectro infravermelho e visível, o que permite destacar a presença de água na superfície do solo. Nas cenas a água aparece na cor negra ou azul escuro, enquanto o verde destaca áreas nativas. Regiões desmatadas e descobertas são vistas em marrom claro. Nuvens aparecem azuladas ou brancas na composição de espectros.
Na imagem de abril o entrelaçamento dos rios que seguem juntos e deságuam na Baía de Hunters é claramente visível e bem demarcado, assim como o pequeno delta formado. Próximo ao canto inferior é possível ver as porções de terra que formam o delta do rio Dalet, que desemboca na Baía de Combermere. Sittwe, vista na imagem, é a maior cidade da região.
Na cena seguinte, após a passagem de Nargis, o panorama é claramente arrasador. Regiões inteiras da Baía de Hunters aparecem quase que totalmente inundadas e destacadas em tons azulados. Ao norte da cidade de Sittwe o curso de água dos rios se mescla com as áreas transbordadas. Pela cena a cidade não parece ter sido tão atingida, ao contrário das áreas habitadas próximas à Baía de Combermere, que livres de água na cena de abril, aparecem fortemente alagadas após a passagem do ciclone.
Os pequenos pontos destacadas em vermelho mostram focos de calor, provavelmente provocados por queimadas em áreas rurais.