Segundo Don Yeomans, cientista-chefe do NEO, Laboratório de Objetos Próximos à Terra, da Nasa, passado um século do Evento de Tunguska, alguns ainda debatem sobre os possíveis cenários do dia do acontecimento, mas a teoria geral acordada é que naquela manhã de 1908 uma gigantesca rocha de 120 metros se chocou contra a alta atmosfera da região da Sibéria, provocando a explosão.
Estima-se que o asteróide, de 1.1 milhão de toneladas, entrou na atmosfera terrestre a 54 mil km/h e durante sua rápida imersão aqueceu o ar ao seu redor a uma temperatura de 24000 ºC. A combinação de pressão e calor provocou a fragmentação da rocha, produzindo uma bola de fogo que liberou energia equivalente à explosão de 480 bombas de Hiroshima.
Segundo relatos da época, por diversos dias o céu da Europa e Ásia se tornou claro e avermelhado. Modelos matemáticos recentes mostram que a onda de choque criada na hora do impacto circundou a Terra por duas vezes através da atmosfera.
Devido o impacto ter ocorrido a pelo menos 9 mil metros de altitude, não houve marcas ou crateras deixadas na superfície, mas pelo menos 2 mil quilômetros de florestas foram completamente destruídas abaixo do local do ponto de entrada. Isso gerou uma série opiniões divergentes e conspiratórias, entre elas a possibilidade da queda de uma nave espacial e até mesmo a explosão de uma bomba alienígena.
Com o avanço dos instrumentos e técnicas de detecção, diversas expedições científicas estão previstas para os próximos três anos na região. Serão analisados principalmente material do solo e restos de plantas e animais que possam ter presenciado o evento. O objetivo será a confrontação dos resultados com os dados já coletados em outras áreas onde supostamente teriam ocorrido eventos semelhantes.
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Fotos: As imagens mostradas foram feitas em 1927 pelo mineralogista soviético Leonid Kulik, especialista em meteoritos e líder das primeiras expedições à região. As cenas mostram a região siberiana abaixo do impacto do asteróide e o efeito de "entortamento" das árvores. Efeito semelhante só seria visto novamente em 1945 na cidade japonsesa de Hiroshima. Crédito: Wikimedia Commons e Museu Natural de São Petersburgo.