O primeiro incêndio ocorreu na tarde de sábado, 25, em área de mata no Jaraguá, na Zona Norte de São Paulo, na região da reserva Indígena Tekoa Itakupe. Embora o Corpo de Bombeiros tenha conseguido controlar as chamas, no início da noite novos focos foram detectados e continuavam ativos ainda na manhã de domingo.
Não há informações sobre o que poderia ter iniciado as chamas, mas a baixa umidade do ar, de cerca de 25% com certeza contribuiu para o espalhamento das chamas.
O segundo incêndio teve início por volta do meio-dia de domingo, no Parque Estadual do Juquery, na cidade de Franco da Rocha e foi o responsável pela grande quantidade de fuligem que caiu sobre a capital paulista durante a tarde. De acordo com o Corpo de Bombeiros, as chamas tiveram início após a queda um balão. A prefeitura de Franco da Rocha informou que mais de metade da reserva de mata foi devastada.
Esse material teve origem há 26 km de distância, no incêndio do Parque Estadual do Juquery e durante algumas horas foi possível observar o material particulado pairando no céu ou sendo transportado na atmosfera. Na manhã de segunda-feira (23) ainda era possível ver restos de fuligem depositados sobre os carros ou quintais.
À noite, a Lua que deveria nascer alaranjada devido ao horário próximo ao por do Sol, nasceu extremamente avermelhada e se manteve assim por cerca de três horas. Mesmo durante a madrugada e até o poente, se manteve atipicamente avermelhada.
Quando nasce imediatamente após o por do Sol, os astros estão tão próximos ao horizonte que a luz refletida pela Lua precisa atravessar uma espessa camada de ar antes de chegar aos nossos olhos. Como essa camada da atmosfera absorve quase que totalmente os comprimentos de onda verde e azul, a luz refletida se torna avermelhada. Entretanto, à medida em que a Lua se eleva, a camada de material na atmosfera tende a ser mais tênue e deixa de exercer influência na absorção das cores, o que faz a Lua clara novamente.
No entanto, quando a camada de atmosfera contem materiais particulados não muito comuns, a absorção de parte do espectro luminoso pode ocorrer até mesmo com a Lua bem mais alta. Isso acontece, por exemplo, quando vulcões entram em erupção e espalham cinzas e material sulfúrico no ar, ou então devido à presença de fumaça de monóxido de carbono emitido por queimadas.
Em 1883, por exemplo, quando o vulcão Krakatoa, na Indonésia, entrou em erupção, os gases na atmosfera fizeram com que a lua aparentasse coloração azulada. O Monte Pinatubo, quando explodiu em 1991, tornou a Lua avermelhada por meses seguidos.
Em São Paulo, o efeito visual tem sido fortemente amplificado devido aos incêndios florestais que consomem áreas de cerrado e Mata Atlântica.