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Japão libera segundo satélite ao redor da Lua

Sábado, 13 out 2007 - 09h52
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Consolidando a série de sucessos obtida nesta primeira fase, a sonda lunar japonesa Kaguya liberou nesta sexta-feira (12/10) o segundo satélite de apoio à missão. Batizado inicialmente de VRAD, o satélite agora orbita a Lua em companhia de seu irmão Rstar, separado do corpo principal da sonda no dia 08/10.

Os dois satélites, em conjunto com a nave-mãe farão importantes medições no campo magnético e gravitacional da Lua, além de efetuarem imagens de altíssima resolução da superfície.

Os dois pequenos satélites, Rstar e Vrad, medem aproximadamente 1 metro de comprimento e pesam cerca de 50 quilos, muito pequenos se comparados à nave-mãe Kaguya, com 3 toneladas e 5 metros de comprimento.

Kaguya foi lançada ao espaço no dia 14 de setembro e entrou na órbita lunar em 4 de outubro. Seu nome homenageia uma famosa princesa dos tradicionais contos japoneses. Após a separação de ontem, os dois pequenos satélites passaram a se chamar Okina e Ouna, os anjos-guardiões da princesa.

Os dois satélites orbitam a Lua acima de Kaguya. A órbita de Okina terá um perilunio de 100 km e um apolunio de 2400 km sobre a superfície, enquanto Ouna orbita a Lua entre 100 e 800 km. Perilunio e apolunio são termos semelhantes a "perigeo" e "apogeo", usados na Terra para definir a distância do satélite com relação à ao centro do planeta.


Gravidade


O movimento das três naves é muito sensível às variações do campo gravitacional e serão medidos da Terra através de sinais de rádio. Os dados serão enviados diretamente para a Terra, mas usarão Okina ou Rstar como repetidor de sinais sempre que estiverem do lado oculto da Lua.

A superfície lunar é muito granulosa e irregular, tornado o campo gravitacional bem mais inconstante do que na Terra. Essas variações causam mudanças contínuas na órbita das naves e a criação de mapas tridimensionais da gravidade lunar pode ajudar a melhorar os algoritmos de correção das futuras missões.

"Se quisermos fazer vôos seguros à Lua é necessário conhecer bem essas diferenças gravitacionais", disse Paul Spudis, da universidade Johns Hopkins, nos EUA. Segundo o cientista, "isso equivale a um piloto de avião, aqui na Terra, conhecer bem as rotas por onde seu avião irá voar".

De acordo com Yoshisada Takizawa, diretor-geral do projeto Kaguya, inicialmente a missão irá coletar dados científicos durante dois meses. "Isso servirá para ajustarmos os equipamentos. Depois disso daremos início às observações diretas".

Fotos: Desde que foi lançada, Kaguya já registrou uma grande quantidade de imagens de alta definição. No topo vemos uma dessas cenas, mostrando a Terra de uma distância de mais de 100 mil km. No canto inferior direito vemos a América do Sul. Acima, momento da separação do satélite Vrad, ou Ouna, na última sexta-feira. O satélite é visto no canto direito da foto.
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