Os dois satélites, em conjunto com a nave-mãe farão importantes medições no campo magnético e gravitacional da Lua, além de efetuarem imagens de altíssima resolução da superfície.
Os dois pequenos satélites, Rstar e Vrad, medem aproximadamente 1 metro de comprimento e pesam cerca de 50 quilos, muito pequenos se comparados à nave-mãe Kaguya, com 3 toneladas e 5 metros de comprimento.
Kaguya foi lançada ao espaço no dia 14 de setembro e entrou na órbita lunar em 4 de outubro. Seu nome homenageia uma famosa princesa dos tradicionais contos japoneses. Após a separação de ontem, os dois pequenos satélites passaram a se chamar Okina e Ouna, os anjos-guardiões da princesa.
Os dois satélites orbitam a Lua acima de Kaguya. A órbita de Okina terá um perilunio de 100 km e um apolunio de 2400 km sobre a superfície, enquanto Ouna orbita a Lua entre 100 e 800 km. Perilunio e apolunio são termos semelhantes a "perigeo" e "apogeo", usados na Terra para definir a distância do satélite com relação à ao centro do planeta.
A superfície lunar é muito granulosa e irregular, tornado o campo gravitacional bem mais inconstante do que na Terra. Essas variações causam mudanças contínuas na órbita das naves e a criação de mapas tridimensionais da gravidade lunar pode ajudar a melhorar os algoritmos de correção das futuras missões.
"Se quisermos fazer vôos seguros à Lua é necessário conhecer bem essas diferenças gravitacionais", disse Paul Spudis, da universidade Johns Hopkins, nos EUA. Segundo o cientista, "isso equivale a um piloto de avião, aqui na Terra, conhecer bem as rotas por onde seu avião irá voar".
De acordo com Yoshisada Takizawa, diretor-geral do projeto Kaguya, inicialmente a missão irá coletar dados científicos durante dois meses. "Isso servirá para ajustarmos os equipamentos. Depois disso daremos início às observações diretas".