Ainda não é possível precisar exatamente o local e dia exato da reentrada, mas segundo a modelagem a estação de 8.5 toneladas deverá romper a atmosfera da Terra em algum momento entre dezembro de 2017 e abril de 2018.
Em setembro de 2016, a agência espacial chinesa havia informado que o centro de controle da missão tinha perdido o contato com a Tiangong-1. Sem receber sinais de telemetria, não é possível disparar os foguetes que corrigem a altitude da estação.
Desde então, a estação vem perdendo altura gradativamente, embora seja possível saber com bastante precisão a posição em que se encontra dentro de sua orbita.
Não há qualquer informação oficial sobre o destino da Tiangong-1, mas devido à inclinação orbital sabe-se que a nave cairá entre a latitude 42.8N e 42.8S. Quando isso acontecer, a maior parte da estrutura arderá na atmosfera na forma de uma boa de fogo, mas pedaços mais resistentes como os tanques de combustível deverão resistir ao calor.
Neste momento a estação orbita a Terra de modo circular, com perigeu e apogeu de 329 km/h, com pelo menos três passagens sobre o Brasil todos os dias.
Desde seu lançamento, Tiangong-1 foi visitada por diversas naves. A primeira a se atracar ao complexo foi a nave automática Shenzhou 8, que se acoplou em novembro de 2011. Em junho de 2012 a estação recebeu a visita da nave tripulada Shenzhou 9, quando a taiconauta Liu Yang se tornou a primeira mulher chinesa no espaço.
A altitude nominal do rompimento é de 78 km, mas satélites de grande porte que têm estruturas maiores e mais densas conseguem sobreviver por mais tempo e se rompem em altitudes mais baixas. Painéis solares são destruídos bem antes, quando os satélites ainda estão entre 90 e 95 km.
Uma vez que a espaçonave ou seu corpo principal se rompem, diversos componentes e fragmentos continuam a perder altura e se aquecer, até que se desintegram ou atingem a superfície.
Muitos dos componentes são feitos em alumínio, que derretem facilmente. Como resultado, essas peças e desintegram quando a nave ainda está em grandes altitudes.
Por outro lado, se um componente é feito com material muito resistente, que necessita de altas temperaturas para atingir o derretimento, pode resistir por mais tempo e até mesmo sobreviver à reentrada.
Entre esses materiais se encontram o titânio, aço-carbono, aço inox e berilo, comumente usados na construção de satélites.
O interessante é que ao mesmo tempo em que são resistentes às altas temperaturas, esses materiais também são muito leves (por exemplo, chapas de tungstênio) e como resultado a energia cinética no momento do impacto é tão baixa que raramente provoca danos de grande porte. O problema começa com a composição química residual, que dependendo do componente que sobreviveu à reentrada, pode conter material extremamente tóxico, como a hidrazina, utilizado como combustível ou até mesmo material radioativo, usado na geração de energia elétrica.