A cratera escolhida para ser impactada pela sonda lunar é Cabeus A , localizada próxima ao polo sul da Lua e foi eleita pelos cientistas após serem analisadas mais de 30 crateras similares da região polar do satélite. De acordo com os pesquisadores, Cabeus A foi escolhida por apresentar as melhores condições para visibilidade da coluna de fragmentos, alta concentração de hidrogênio e também por ser uma cratera bastante madura, com solo plano, encostas suaves e ausência de grandes pedregulhos.
"A seleção de Cabeus A foi feita após acalorados debates entre os especialistas e incluíram os últimos dados dos observatórios terrestres e também das missões Kaguya, do japão, Chandrayaan-1 da Índia e LRO, da Nasa", disse o cientista Anthony Colaprete, principal investigador do Centro de Pesquisa Ames, da Nasa. "Nossa equipe está ansiosa para o momento do impacto, aguardando a riqueza de informações que missão irá produzir", disse Colaprete.
A sonda Lcross, por sua vez, entrou em uma órbita altamente elíptica em torno da Terra e se mantêm até agora acoplada ao Centauro, devendo permanecer assim até o próximo dia 9 de outubro quando os dois módulos serão separados e se chocarão, um após outro, contra a cratera Cabeus A, no polo sul da Lua. O choque está previsto para as
O primeiro a se chocar será o estágio superior do Atlas 5, que atingirá a cratera a 9 mil km/h, produzindo energia cinética equivalente a 1 tonelada de TNT. A força do impacto erguerá uma coluna de fragmentos a 6 mil metros de altura, que será analisada pela sonda LCROSS que penetrará na nuvem e também se chocará contra a cratera 4 minutos depois.
A função da sonda LCROSS (Lunar CRater Observation and Sensing Satellite) será exclusivamente de detectar a presença de água nas profundezas da cratera, que devido à posição angular não recebem a luz solar há bilhões de anos e que por isso pode armazenar água congelada em seu interior.
O objetivo do choque é erguer uma grande coluna de fragmentos do interior da cratera e submetê-los pela primeira vez em bilhões de anos à ação dos raios solares. Se neste material houver gelo, o choque irá pulverizá-lo e suas moléculas serão quebradas em hidrogênio (H) e hidróxido (HO) pela ação dos raios ultravioletas do Sol, permitindo que o espectrômetro a bordo da LCROSS detecte a assinatura típica dessas moléculas no comprimento de onda de 308 nanômetros.
Saiba tudo sobre a sonda Lcross e o impacto na Lua
Ilustrações: No topo, gráfico mostra o alvo escolhido para o impacto, onde a concentração de hidrogênio foi a maior entre as crateras escolhidas, vistas na segunda imagem na forma de simulação no momento do impacto. Acima, esquema mostra as consequências do impacto do segundo estágio do Atlas 5 na superfície da Lua, previsto para 9 de outubro de 2009. Créditos: Nasa/Apolo11.com.