Essa capacidade de poder "separar" objetos pequenos é chamada de resolução e é ela que determina qual o menor objeto que pode ser reconhecido nas imagens de satélites e seu valor é expresso em metros por pixel. Quanto menor esse número, mas detalhes caberão na imagem final. Se um sistema é capaz de "resolver" objetos de 1 metro, diz-se que sua resolução é de 1 metro por pixel. Se o objeto for menor que isso não será visível na imagem.
Para se ter uma idéia, o recém lançado satélite sino-brasileiro Cebers-2b, têm uma capacidade de resolução de 2.5 metros. Dessa forma, o menor objeto que ele é capaz de "resolver" deve ter dimensões maiores que essa. Essa resolução permite que o satélite seja usado principalmente no monitoramento agrícola, ambiental e planejamento urbano, onde os objetos são sempre maiores que isso. No entanto, existem situações em que seria interessante estudar objetos ainda menores, geralmente associados a algum tipo de planejamento.
E é isso o que pretende o Wordview-1, o mais poderoso satélite comercial em órbita da Terra. De acordo com seus proprietários, seu sistema óptico é capaz de "resolver" objetos a partir de 50 centímetros. Do tamanho de uma caixa de bombons.
O Wordview-1 foi lançado no dia 18 de setembro da base aérea de Vandenberg, nos EUA, e permaneceu por ajustes até o começo desta semana, quando as primeiras imagens foram liberadas. De acordo com Jill Smith, principal executivo da DigitalGlobe, proprietária do satélite, as primeiras imagens demonstram qualidade e informação geoespacial muito superiores as do seu antecessor, o satélite Quickbird, de 65 centímetros de resolução. "Como os sistemas ainda estão sendo calibrados, esperamos qualidade ainda maior para os próximos dias", completou.
A DigitalGlobe é a principal fornecedora das imagens encontradas no software Google Earth, disponibilizadas aqui no Apolo11 através do aplicativo Satmaps.
Segundo a empresa, a órbita do Wordview-1 permite que um determinado local seja imageado 1.7 vezes ao dia, registrando até 750 mil quilômetros quadrados de área a cada 24 horas. Até o final do ano deverá entrar em operação um segundo satélite com a mesma resolução.