A reentrada ocorreu às 23h32 UTC (21h32 pelo horário de Brasília) e de acordo com o site Satview.org, que realiza monitoramento de lixo espacial, trata-se de parte do segundo estágio de um foguete russo do tipo SL-23 (Identificação NORAD 43090), lançado em 26 de dezembro de 2017 a partir do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.
A reentrada não destruiu totalmente o objeto e parte dele atingiu o solo na região de Azángaro, Peru, ao norte do lago Titicaca, próximo à fronteira com a Bolívia.
O objeto foi localizado em uma região afastada de Azángaro e pelas imagens registradas trata-se do reservatório de combustível do SL-23.
Uma vez que a espaçonave ou seu corpo principal se rompe, diversos componentes e fragmentos continuam a perder altura e se aquecer, até que se desintegram ou atingem a superfície. Muitos dos componentes são feitos em alumínio, que se derretem facilmente. Como resultado, essas peças e desintegram quando a nave ainda está em grandes altitudes. Por outro lado, se um componente é feito com material muito resistente, que precisa de altas temperaturas para atingir o derretimento, pode resistir por mais tempo e até mesmo sobreviver à reentrada. Entre esses materiais se encontram o titânio, aço-carbono, aço inox e berilo, comumente usados na construção de satélites.
O interessante é que ao mesmo tempo em que são resistentes às altas temperaturas, esses materiais também são muito leves (por exemplo, chapas de tungstênio) e como resultado a energia cinética no momento do impacto é tão baixa que raramente provoca danos de grande porte. O problema começa com a composição química residual, que dependendo do componente que sobreviveu à reentrada, pode conter material extremamente tóxico, como a hidrazina, utilizado como combustível ou até mesmo material radioativo, usado na geração de energia elétrica.