Durante a segunda metade do século 20, cinco refletores foram colocados na face visível da Lua com o objetivo de rebater pulsos de luz laser disparados a partir de observatórios da Terra. Três desses instrumentos foram instalados pelos astronautas das missões Apollo 11, 14 e 15 e outros dois pelas naves automáticas Lunokhod 1 e 2, da antiga União Soviética.
Desde que foram instalados pela primeira vez em 1969 até os dias de hoje, inúmeros experimentos foram realizados pelos astrônomos, especialmente aqueles projetados para medir a distância da Terra até nosso satélite. De cada 100 quatrilhões de fótons emitidos em cada pulso de laser, apenas um retorna à Terra e mesmo assim somente se não houver nuvens ou partículas em seu caminho. Através desses experimentos os cientistas puderam confirmar que a Lua se afasta da Terra cerca de 38 milímetros por ano.
Entretanto, durante décadas de operação a performance dos refletores foi caindo, principalmente nos períodos de Lua Cheia.
Inicialmente, os refletores soviéticos eram até 25% mais fortes que os do Projeto Apollo, mas hoje estão bem mais fracos e o Lunokhod 1 já não reflete totalmente. No entanto, o maior mistério era entender o porquê dos refletores diminuírem a performance em quase 10 vezes durante a Lua Cheia.
A pista para resolver o enigma surgiu durante observações feitas em um eclipse lunar total, quando a equipe de Murphy constatou que durante os 15 minutos do evento a eficiência dos refletores voltava aos níveis normais, mas caia fortemente após o eclipse.
De acordo com Murphy, a poeira aquecida nos refletores causa efeitos térmicos indesejáveis, que distorcem a geometria dos espelhos. Segundo o estudo, publicado no jornal científico Icarus, uma diferença de apenas quatro graus na temperatura do instrumento é suficiente para reduzir a refletividade por um fator de dez.
Além dos efeitos térmicos, Murphy e seus colaboradores também identificaram danos nos suportes de teflon causados por micrometeoritos, que podem ter depositado partículas de areia na parte traseira dos instrumentos.