Oficialmente, um novo ciclo começa sempre com o surgimento de uma mancha solar de polaridade oposta às do ciclo precedente. O surgimento dessa mancha ocorre nas latitudes elevadas, geralmente entre 25 e 30 graus. As manchas do ciclo que se finaliza normalmente se agrupam próximo ao equador.
Durante os últimos meses, os cientistas especializados no estudo do Sol não desgrudaram os olhos um só instante dos instrumentos que monitoram nossa estrela. O objetivo da vigília era a detecção dessa mancha solar muito especial, de polaridade magnética invertida, que como dissemos, deveria surgir nas latitudes mais altas.
No último dia 11 de dezembro as atenções passaram a ser redobradas, quando o telescópio espacial Soho detectou, no limbo do disco solar, uma nova anomalia com as características esperadas. E não poderia ser diferente. Se os cientistas estivessem certos, aquele pequeno sinal visto através dos instrumentos poderia significar o início do ciclo solar 24.
"No último ano, a atividade solar permaneceu praticamente nula, já caracterizando o final do ciclo 23", disse o físico David Hathaway, ligado ao Centro Marshall de vôos espaciais, da Nasa. "O ciclo solar 23 atingiu seu máximo entre os anos 2000 e 2003 e no final de dezembro 2007 já estávamos na fase do mínimo solar", completou o cientista.
Na tarde de ontem (sexta-feira, 04), após uma vigília de quase trinta dias, finalmente a tão aguardada mancha surgiu próxima aos 30 graus de latitude norte, dando início a mais um ciclo solar, que acreditam os cientistas, deverá ser muito intenso e marcado por grande quantidade de tempestades solares, com forte impacto nas telecomunicações, tráfego aéreo, linhas de transmissão de energia e sistemas de localização. Como vivemos em uma época de uso intenso de satélites e telefones celulares, o ciclo solar que se inicia poderá ser sentido de modo muito mais intenso do que em outros anos.
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