Os últimos dados de telemetria, captados pela gigantesca antena do radiotelescópio GMRT (Giant Metrewave Radio Telescope), situado em Pune, Índia, sugerem que o módulo completou a maior parte dos passos que envolvem os seis minutos de entrada na atmosfera, incluindo a desaceleração, abertura dos paraquedas e ejeção do escudo de calor.
No entanto, os sinais recebidos pelo radiotelescópio GMRT e pelo orbitador Mar Express, que também registrava o evento, pararam simultaneamente antes do módulo Schiaparelli tocar a superfície.
De acordo com o Centro de Operações Espaciais da ESA, em Darmstadt, Alemanha, os dados telemétricos confirmam que as fases de entrada e descida ocorreram como esperado, com eventos divergindo após a ejeção do escudo térmico e abertura dos paraquedas.
No entanto, os dados mostram que a ejeção ocorreu alguns segundos antes do programado e os retrofoguetes para desaceleração foram acionados brevemente, desligados antes do esperado em altitude ainda a ser determinada.
Os dados ainda estão sendo analisados e podem revelar se a nave impactou fortemente contra o solo marciano ou se foi desintegrada durante a entrada na atmosfera. Outra possibilidade seria um posicionamento incorreto da antena de comunicação, impedindo o contato com a Terra ou com os satélites em orbita de Marte.
Devido à pequena capacidade da bateria, Schiaparelli pode funcionar por apenas alguns dias, já que o objetivo principal seria o de testar a tecnologia de entrada, descida e pouso, necessária para o envio de uma nave-robô muito mais moderna, que será lançada futuramente.
Aguardemos as novidades.
A missão, batizada de ExoMars, foi lançada em 14 de março de 2016 e é composta inicialmente de duas naves robóticas: o módulo Schiaparelli e o orbitador TGO, estrutura na qual a Schiaparelli pegou carona e se separou dois dias antes do pouso.
As naves foram lançadas em 14 de março de 2016, a partir do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, através de um poderoso foguete russo do tipo Proton-M.
O objetivo desta primeira fase era colocar em orbita de Marte o módulo TGO (Trace Gas Orbiter) e pousar na superfície marciana a nave Schiaparelli. A segunda fase será lançada em 2018 e levará até Marte uma perfuratriz de última geração.