Nos últimos dez anos, observações feitas por naves espaciais que orbitam o Planeta Vermelho revelaram diversas evidências de estruturas criadas pela água. Uma dessas feições, conhecida como "zona de impressão digital" é uma região bastante incomum e apresenta muitas características que pode indicar ter sido esculpida por um mega tsunami.
Aqui na Terra, os tsunamis são provocados geralmente em zonas de subducção, onde uma placa tectônica mergulha abaixo da outra, o que provoca um deslocamento de água gigantesco que se propaga até as zonas costeiras. No entanto, Marte não tem atividade geológica significativa, o que aponta para a hipótese do suposto tsunami ter sido causado por um violento impacto externo, possivelmente de um meteoro.
Lomonosov tem cerca de 120 quilômetros de extensão e é cercada por um terreno jovem e suave, semelhante ao que teria sido um potencial fundo de um oceano raso. Segundo o trabalho científico, há cerca de 3 bilhões de anos um objeto entre 15 e 20 quilômetros atravessou o hemisfério norte de Marte e atingiu o possível litoral, o que criou uma enorme onda de marés.
Os pesquisadores citam que há outras evidências em relação a este e outros tsunamis antigos que deixaram cicatrizes na superfície de marciana. Imagens de satélites revelaram muitos terrenos costeiros com estruturas consistentes com a água fluindo. Segundo o paper, essas estruturas pode ser atribuídas a diferentes tsunamis que podem ter ocorrido durante os períodos em que o clima mudou significativamente.
Se as características da Cratera Lomonosov tenham sido de fato causadas por água corrente, é quase certo que um oceano estava de fato presente na região e considerando quão raros são os impactos desse tamanho, este oceano deve ter estado lá por um longo tempo.