Essa cápsula traz o primeiro material extraído de um cometa a chegar à Terra, e seu resgate completa os sete anos de viagem da nave Stardust, que passou pelo Wild 2 em 2004.
A cápsula mergulhou em direção à Terra à velocidade recorde de 47 mil km/h, tornando-se o objeto artificial mais rápido a entrar na atmosfera terrestre. A imagem abaixo mostra o momento da reentrada, e fotografado de dentro de um avião DC-8 da NASA.
Momentos depois de avistada a cápsula, um helicóptero chegou ao local da queda, a Base Aérea de Michael, no estado americano de Utah, onde uma equipe especializada (foto) isolou a área e recolheu o artefato espacial junto à uma sala esterilizada da base aérea. Ainda nesta semana o material será transferido para o Centro Espacial Johnson.
Quando abrirem o recipiente, os cientistas encontrarão partículas microscópicas, presas num material poroso, azulado, composto por 99,8% de ar.
Cometas são restos congelados da formação do sistema solar, 4,6 bilhões de anos atrás. Os pesquisadores esperam a poeira ofereça pistas sobre as origem do Sol e dos planetas, incluindo a Terra.
Cientistas acreditam que cerca de um milhão de amostras de poeira de cometa e poeira interestelar - na maioria, menores que a espessura de um fio de cabelo - estão na cápsula da Stardust.
A poeira cósmica deverá manter os cientistas ocupados por anos. Os pesquisadores esperam cortar as amostras em fatias ainda menores e sondá-las em microscópios, para aprender sobre a composição química do material e os processos que deram forma ao universo.
Os grãos de poeira de cometa, provavelmente sobras ainda intocadas do nascimento do sistema solar, deverão conter muito dos materiais orgânicos necessários para a vida. Acredita-se que algumas das partículas sejam mais antigas que o Sol.