O comunicado oficial foi divulgado ontem, 11 de junho, pela IAU, após ser aprovado por seus membros em recente encontro em Oslo, na Noruega. De acordo com o comunicado, o termo Plutóide se refere a todos os planetas-anões transnetunianos semelhantes à Plutão.
Transnetunianos são os objetos celestes localizados para além da órbita de Netuno, em uma região chamada de Cinturão de Kuiper, cerca de 30 vezes a distância entre a Terra e o Sol. Atualmente já foram identificados cerca de 1300 objetos neste cinturão, entre eles Eris, que parece ser ligeiramente maior que Plutão. Dessa forma, Eris também passa a ser um Plutóide.
Segundo a IAU, os Plutóides são corpos celestes que orbitam em torno do Sol além da órbita de Netuno e que possuem massa suficiente para que a sua auto-gravidade supere as forças do corpo rígido, permitindo que adquiram uma forma de equilíbrio hidrostático quase esférico e que não tenham limpado por completo a vizinhança da sua órbita.
Até o presente momento apenas Plutão e Eris satisfazem as condições impostas, mas os cientistas esperam que este número aumente à medida que novas descobertas forem feitas. Pela categoria proposta o planeta-anão Ceres não é um Plutóide, já que não é um objeto transnetuniano. Ceres se localiza no interior do Cinturão de Asteróides, entre Marte e Júpiter e é o único objeto deste tipo. Por ser único, os astrônomos ainda não criaram uma categoria separada para os objetos similares a Ceres.
A introdução do termo ocorre dois anos após a IAU ter alterado a categoria de Plutão, em agosto de 2006, rebaixando-o para planeta-anão. Naquela ocasião a IAU deixou em aberto o nome para os planetas-anões localizados no Cinturão de Kuiper, talvez para acalmar os ânimos dos astrônomos contrários ao rebaixamento de Plutão. O nome sugerido em 2006 foi "Plutons", que sem dúvida geraria ainda mais confusão, já que em português ficaria "Plutões".
A nova designação pode não ter muita diferença para a maioria das pessoas, mas já pensou quantos livros escolares deverão ser re-escritos para satisfazer a nova terminologia? Como vimos, se podemos complicar, pra que simplificar?