Cinco meses depois da perda da sonda, uma junta da NASA concluiu que a Mars Global Surveyor, ou MGS, foi perdida devido à falta de alimentação causada por uma complexa seqüência de eventos envolvendo a memória do computador de bordo e transmitidos através de comandos errôneos enviados pelos operadores em terra. Em outras palavras, a sonda que havia feita nada menos que 240 mil fotos da superfície marciana, quebrou devido a erro humano.
"A perda da espaçonave foi resultado de uma série de eventos ligados ao computador de bordo, quatro meses antes do esgotamento total das baterias", disse Dolly Perkins, diretor-técnico do Centro Espacial Goddard, da Nasa.
De acordo com o comunicado oficial da Nasa, no dia 2 de novembro, depois da sonda ser orientada a efetuar um ajuste de rotina em seus painéis solares, o computador de bordo enviou uma série de mensagens de alertas, silenciando em seguida. Estes foram os últimos dados recebidos. Posteriormente, a sonda foi reorientada, mas de forma incorreta, em um ângulo que expôs uma de suas duas baterias diretamente em direção ao Sol. Isso causou seu super aquecimento e posterior queda de tensão da segunda bateria.
O incorreto apontamento da antena impede ao orbitador de enviar dados telemétricos aos controladores, mas o software do sistema de segurança poderia automaticamente corrigir a posição, desde que as condições térmicas fossem seguras.
A junta também concluiu que a equipe da MGS seguiu os procedimentos existentes, mas que esses procedimentos forma insuficientes para detectar os erros apresentados. A junta também está finalizando as orientações a serem aplicadas a outras missões, como testar todos os modos de contingência em caso de super aquecimento.
A Mars Global Surveyor foi lançada em 1996 e nas proximidades do planeta vermelho mais que qualquer outro veículo similar, quase quatro vezes mais que o previsto em seu projeto original. A sonda retornou à Terra detalhadas informações que ampliaram em muito o conhecimento científico do planeta, entre eles a descoberta de que a água líquida ainda circula em pequenos declives subterrâneos e a identificação de depósitos de água e minerais próximo ao local de pouso.
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