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Nasa lança novo tipo de balão para pesquisa espacial

Quarta-feira, 14 jan 2009 - 10h10
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A Nasa e a Fundação Nacional para a Ciência, NSF, dos EUA, lançou com sucesso um novo protótipo de balão estratosférico de alta-pressão, que pode inaugurar uma nova era para a pesquisa científica em grandes altitudes. Segundo os projetistas, o novo tipo de balão poderá manter os instrumentos por mais de 100 dias próximo ao espaço.

O moderno balão de alta-pressão, inflado com 200 mil metros cúbicos de hélio, é a maior célula única e totalmente selada já construída. A meta final dos engenheiros da Nasa é a construção de um artefato que poderá ser inflado com 600 mil metros cúbicos de gás, capaz de elevar uma carga de instrumentos de 1 tonelada a uma altitude de 34 quilômetros, quatro vezes mais alta que o pico do monte Everest, o maior da Terra.
"Este vôo é um passo muito importante na direção da construção e aprimoramento de novas capacidades dos balões científicos", disse W. Vernon Jones, cientista sênior para pesquisas suborbitais da Nasa e ligado ao projeto.


Baixo Custo


Elevar cargas tão pesadas a esta altitude não é uma tarefa simples para balões de alta-pressão. Normalmente as cargas são erguidas através de balões conhecidos como "pressão-zero", mas que custam consideravelmente mais caro, apesar de atingirem altitudes mais elevadas. No entanto, o custo mais baixo torna essa plataforma ideal para experimentos em grandes altitudes.

100 dias em vôo


O teste do protótipo ocorreu em 28 de dezembro de 2008, a partir da base de McMurdo, na Antártida. Rapidamente o balão atingiu a altitude de 34 km e desde então permanece em vôo. O objetivo é testar a durabilidade e funcionalidade do artefato, construído com um tipo especial de polietileno, da mesma espessura que os saquinhos domésticos.

Segundo David Pierce, chefe do programa de balões da Nasa, se tudo correr como o previsto o balão permanecerá pelo menos 100 dias em operação.


Campanhas Paralelas


Além do teste do balão de alta-pressão, dois outros experimentos de longa duração foram lançados da base de McMurdo. Um deles, coordenado pela universidade do Havaí, foi lançado em 21 de dezembro de 2008 e ainda está em vôo. O experimento carrega um radiotelescópio de alta sensibilidade que busca evidências indiretas de que as partículas extremamente energéticas, conhecidas como neutrinos, tenham origem fora da Via Láctea.

O segundo experimento foi o Cream IV, lançado em 19 de dezembro de 2008 e recuperado em 6 de janeiro de 2009. O experimento Cream (Cosmic Ray Energetics and Mass) foi usado para medir diretamente as partículas de raios cósmicos de alta energia que atingem a Terra vindas de explosões de supernovas na Via Láctea.


Antártida


Uma das características dos lançamentos de balões na região antártica é que devido a um sistema sazonal de circulação de ventos, as cargas podem ser recuperadas muito próximas dos locais de lançamento, tornando a região bastante interessante para pesquisas baseadas em balões.


Artes: No topo, concepção artística mostra o balão de alta-pressão em altitude nominal, 34 km acima da superfície. Devido ao seu formato, o balão foi batizado de Pumpkin Balloon (balão abóbora). Acima, foto feita a partir da carga de instrumentos e mostra o balão visto de sua parte inferior. Créditos: Nasa.

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