A cena foi registrada pelo instrumento NICER (Neutron Star Interior Composition Explorer), um experimento capaz de captar as ondas eletromagnéticas no espectro dos raios-x, emitido principalmente pelas estrelas de nêutrons.
A imagem divulgada é repleta de loops, arcos e pontos brilhantes, formados por diversas fontes de emissões de alta energia. Os pontos mais brilhantes são poderosas emissões provenientes de pulsares e galáxias ativas. Os traços são a consequência do movimento do instrumento durante a busca pelos alvos programados, similar aos traços deixados por faróis de automóveis durante uma fotografia de longa exposição.
O experimento registra os raios-x apenas durante o período noturno do ponto de vista da Estação Espacial, quando a nave utiliza a Terra como proteção contra o Sol. Isso acontece cerca de oito vezes por dia.
O objetivo do experimento é compreender melhor as emissões provenientes das estrelas de nêutrons e assim criar uma nova imagem de raios X de todo o céu. Segundo Keith Gendreau, ligado ao Goddard Space Flight Center da NASA, mesmo com o mínimo de processamento essa imagem já revela o "Cygnus Loop", um remanescente de supernova com cerca de 90 anos-luz de comprimento e com idade entre 5 mil e 8 mil anos.
"É bem possível que as varreduras noturnas do NICER revelem fontes anteriormente desconhecidas", disse o pesquisador
Os cientistas acreditam que o modo como os nêutrons são comprimidos no interior desses objetos os torna o material mais forte do universo.
Um dos objetivos do NICER é coletar dados que serão usados para determinar o tamanho real das estrelas de nêutrons com um erro não superior a 5%.