A série de dez manobras de aproximação começou em maio de 2014 e culminou na manhã dessa quarta-feira, após o disparo dos retrofoguetes que corrigiriam a posição da nave e a colocou em orbita do cometa. Nas próximas seis semanas Rosetta realizará mais duas manobras na frente de 69/P, a primeira a 100 km e a segunda a 50 km.
Se a atividade do cometa permitir, a sonda realizará uma tentativa de aproximação ainda maior e poderá orbitar a rocha a apenas 30 de distância. Durante esse período, uma série de instrumentos estudará o ambiente cometário e também a topografia de sua superfície, com o objetivo também histórico de pousar ali uma pequena sonda de 100 quilos, chamada Philae.
Chegar no cometa foi a primeira parte de uma grande aventura, com grandes desafios pela frente. Vamos aprender como operar nesse ambiente ainda desconhecido, efetuar manobras e eventualmente pousar ali", disse Sylvain Lodiot, coordenador de operações da espaçonave Rosetta junto à Agência Espacial Europeia.
De acordo com Lodiot, pelo menos cinco locais de pouso deverão ser identificados até o final de agosto. Até a metade de setembro o local será anunciado e se tudo correr como planejado a sonda Philae deverá descer no cometa em 11 de novembro.
Após o pouso, a sonda Rosetta permanecerá em órbita e acompanhará o cometa até sua aproximação com o Sol em agosto de 2015, seguindo com ele depois disso. O objetivo será acompanhar o comportamento do cometa em tempo real durante sua jornada em direção ao Sol, observando pela primeira vez os mecanismos que atuam nessa dinâmica.
Em setembro de 2008 a nave sobrevoou o asteroide 2867 Steins e no final de 2009 Rosetta passou novamente pela Terra, quando recebeu um novo impulso gravitacional que a arremessou em direção ao asteroide 21 Lutetia.
Após o estudo de Lutetia e Steins, situados na região conhecida como "cinturão de asteroides", localizado entre as órbitas de Marte e Júpiter, Rosetta entrou em modo de hibernação, com o computador de bordo parcialmente ativado. Em 20 janeiro de 2014 a nave deixou o modo de hibernação e retomou as operações que a levarão até o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko
Desde que foi lançada, Rosetta já orbitou o Sol por cinco vezes e segundo os responsáveis pelo projeto, essa é a mais complexa exploração de um cometa jamais vista.
A rocha tem um núcleo de cerca de 5 quilômetros de largura e orbita o Sol a cada 6.6 anos. Em seu afélio, ponto de maior afastamento do Sol, sua distância chega a atingir 857 milhões de quilômetros, enquanto seu periélio, menor distância da estrela, é de 186 milhões de quilômetros, um pouco maior que a distância da Terra ao Sol.