Na foto acima, registrada pelos astrofotógrafos Jesús Ruiz e Maritxu Poyal, a nebulosa M42 é vista em tons avermelhados em primeiro plano, no centro superior direito da foto. Ao seu lado esquerdo, quase no centro da imagem, a pequena nebulosa NGC 1977 compartilha sua companhia. Do lado esquerdo, o trapézio de estrelas.
De tão belo, observar o trapézio pode tomar várias horas do astrônomo amador, que não cansa de se encantar com a luz quase hipnotizante das quatro estrelas, chamadas Theta Orionis. A mais brilhante, Theta Orionis C, se localiza a 1350 anos-luz de distância e sua intensa radiação ioniza o gás responsável pela tênue luz que se vê quando o trapézio é observado através de um pequeno telescópio.
Para estudar em profundidade o sistema foram necessários telescópios de altíssima resolução angular e em 2009, uma equipe liderada pelos astrofísicos Stefan Kraus e Gerd Weigelt, do Instituto Max Plank de Radioastronomia, da Alemanha, obteve as primeiras imagens do sistema, que permitiram estudar com precisão as características físicas e orbitais de Theta Orionis C.
Combinando as observações feitas com o instrumento AMBER, instalado no telescópio VLT, no deserto de Atacama, no Chile, e imagens registradas nos últimos 12 anos, os astrofísicos calcularam em 11 anos o período orbital do sistema e através da terceira Lei de Kepler concluíram que a massa das estrelas é de 38 massas solares para Theta Orionis C1 e 9 massas solares para Theta Orionis C, concluindo que o duplo sistema é o mais maciço objeto próximo à Nebulosa de Órion.
A carta celeste mostrada acima ajudará você a encontrar esse fantástico grupo de estrelas nas noites de outubro. Além de Órion, o cenário celeste ainda tem Aldebarã e Sirius, a estrela mais brilhante do céu noturno. Para encontrar, é só olhar para o quadrante leste a partir das 20 horas. Não tem como errar!
Bons Céus!