Faltando apenas 14 dias para a aproximação do cometa 67/P, os dados enviados pela sonda robótica não param de surpreender e isso deverá ficar cada vez mais corriqueiro à medida que se aproxima do seu alvo.
Atualmente, Rosetta está a 41 mil quilômetros da superfície cometária e em poucos dias começará a coletar informações antes de pousar em sua superfície.
Recentemente, os pesquisadores da agência espacial europeia, ESA, divulgaram imagens impressionantes do núcleo de 67P/ChuryumovGerasimenko, e revelam que o cometa não é formado por apenas um núcleo, mas por dois fragmentos unidos, conhecido pelos pesquisadores como contato binário.
Imediatamente, diversas teorias começaram a ser formuladas, entre elas a possibilidade de que o cometa é na verdade o resultado da fusão de dois cometas ou então que o objeto é formado por uma pilha de escombros soltos. Outros acreditam que em algum momento de sua existência a rocha passou por algum tipo de evento explosivo.
Outro dado bastante interessante também foi divulgado pela ESA e revela que 67P está lançando ao espaço cerca de 40 mil litros de água por dia, mesmo localizado a quase 600 milhões de quilômetros do Sol.
As primeiras observações dos jatos de vapor de água foram observadas em 6 de junho, através do instrumento MIRO (Microwave Instrument for Rosetta Orbiter), quando a sonda ainda estava a 350 mil quilômetros de distância.
"Nós sempre soubemos que iríamos observar a vaporização de água do cometa, mas ficamos surpresos com o quão cedo isso aconteceu, disse o pesquisador Sam Gulkis, ligado ao Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA.
Esse fluxo de vapor e poeira é o responsável pela coma do cometa, uma espécie de atmosfera que circunda a rocha. À medida que o cometa se aproxima do Sol a coma se expande ainda mais. Com a pressão do vento solar essa atmosfera é soprada e forma uma longa cauda que pode atingir centenas de milhares de quilômetros
A rocha tem um núcleo de cerca de 5 quilômetros de largura e orbita o Sol a cada 6.6 anos. Em seu afélio, ponto de maior afastamento do Sol, sua distância chega a atingir 857 milhões de quilômetros, enquanto seu periélio, menor distância da estrela, é de 186 milhões de quilômetros, um pouco maior que a distância da Terra ao Sol.
Nos próximos dias, em agosto, a sonda se aproximará do cometa e fará um preciso mapeamento topográfico. Em seguida tem início a fase mais complexa da missão, que será liberar um pequeno explorador de 100 quilos que pousará na superfície gelada do cometa.
A nave passará dois anos orbitando o cometa, recebendo os dados enviados de sua superfície pelo explorador.
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