Os moradores que vivem da terra contam que nas últimas décadas as chuvas começaram a aumentar e aos poucos a região foi se tornando mais quente e úmida. Era a condição ideal para que o plantio do trigo e a criação de gado fossem ampliados. Mas para isso, florestas naturais foram derrubadas.
Em meadas desta década a situação mudou bastante e períodos de longa estiagem começaram a serem observados.
Este ano, tempestades de areia se tornaram frequentes amedrontando os moradores. A cidade está sumindo sob a areia, observa Daniela Gros, filha e neta de produtores agrícolas de Carmen de Patagones. As primeiras dunas apareceram há dois anos e trouxeram muitos problemas.
Com as dunas avançando sobre os pastos 60% dos habitantes já foram obrigados a abandonarem seus campos. Segundo especialistas, já foram registradas perdas no solo de até 50 centímetros de profundidade.
Proprietários contam que os solos foram ficando descobertos e começaram a ser levados pelos ventos de oeste, cada vez mais intensos. O acumulado de chuva que era de 300 milímetros por ano, caiu para 200 mm há quatro anos e hoje está em torno de 120 mm.
O Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária analisa que Carmen de Patagones foi especialmente afetada pelo avanço da criação de gado, pois a região foi ocupada por pastos artificiais. Com o passar dos anos, as mudanças nas condições do clima afetaram a cobertura vegetal da região.