"Incluindo o tsunami que ocorreu em 26 de dezembro de 2004, os últimos 12 meses foram um dos períodos mais destrutivos da história em relação a desastres naturais e meteorológicos", afirmou o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, em entrevista coletiva.
Além do tsunami que atingiu o sudeste asiático e do terremoto de 8 de outubro no Paquistão (com 70 mil mortes), 2005 foi o ano em que houve mais tempestades tropicais, contabilizando um total de 26, o que superou o recorde de 1933, em que ocorreram 23 tempestades.
Em 2005 houve 14 furacões, o que também supera o recorde (12) registrado em 1969, segundo os dados da OMM, que destaca que sete deles alcançaram uma categoria de 3 ou mais na escala de Saffir-Simpson.
"Desde 1995, observa-se um acentuado aumento do número de tempestades tropicais que ocorrem a cada ano na bacia atlântica, o que responde a um padrão de caráter cíclico que leva a uma redução da atividade no Pacífico Norte", diz Jarraud.
Segundo os dados desse organismo da ONU, o recorde de calor nos últimos 40 anos ocorreu em 1998, com uma temperatura 0,55 grau superior à média calculada entre 1961 e 1990, enquanto em 2005 o aumento registrado sobre essa média é de 0,48 grau.
No entanto, para a OMM não existem evidências de que a "excepcional devastação" registrada nos últimos anos, em termos meteorológicos, esteja relacionada com o aquecimento do planeta, ao contrário do que muitas frentes defendem.
"Adoraria poder responder a essa recorrente questão, mas, sinceramente, não temos dados suficientes que nos permitam afirmar ou negar que exista uma relação entre a mudança climática e o aumento de fenômenos meteorológicos, embora em alguns anos tenha certeza de que poderemos responder a essa pergunta", explicou Jarraud.