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Novo acordo não prevê outro astronauta brasileiro no espaço

Segunda-feira, 25 set 2006 - 08h25
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O novo acordo de cooperação entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o consórcio de administração da ISS, Estação Espacial Internacional, que será negociado em outubro, não prevê a ida de nenhum brasileiro ao espaço.

O acordo prevê, entre outras coisas, a entrega de peças em troca de espaço para a realização de pesquisa em ambiente de microgravidade na ISS.

Segundo Raimundo Nonato Mussi, gerente do Programa ISS-Brasil, o futuro acordo ainda não prevê a ida de um outro astronauta, mas as negociações ainda não estão encerradas.

Para que outro astronauta vá ao espaço, é preciso que o governo brasileiro renegocie as bases do acordo e aumente o volume de recursos para o projeto, hoje estimado entre US$ 6 milhões e US$ 7 milhões para os próximos quatro anos.


O acordo


O acordo, assinado em 1997 entre as duas agências, previa a entrega de seis peças desenvolvidas no Brasil, a um custo estimado de 120 milhões de dólares. Em troca, o Brasil faria treinamento de um astronauta brasileiro em um ônibus espacial americano.

Marcos Pontes, o primeiro astronauta brasileiro chegou a ser treinado, mas o Brasil não entregou o equipamento. O acordo ficou suspenso até 2003, quando a Nasa suspendeu os lançamentos de ônibus espaciais, retomados em 2006.

Para que Pontes chegasse à ISS, o governo braileiro pagou o equivalente a 10 milhões de dólares à agência espacial russa Roscosmos. Durante sua permanência na ISS, Sergio Gaudenzi, presidente da AEB, disse que a agência pretendia treinar um segundo astronauta.


Equipamento de apoio


Na próxima reunião com os técnicos da Nasa e da ESA (Agência Espacial Européia), o Brasil vai oferecer a 45 unidades de equipamento de auxílio à navegação. O equipamento é um tipo de adaptador para prender equipamentos às laterais da estação espacial internacional. As unidades serão produzidas pelo Senai de São Paulo.

Em troca do equipamento, a AEB espera autorização da Nasa para realizar experimentos em gavetas e no forno da ISS. De acordo com engenheiros brasileiros, realização desses experimentos é importante para a ciência brasileira, já que nem todos os resultados das experiências feitas por outros países são compartilhadas.

Segundo Nonato Mussi, a permanência de Marcos Pontes na ISS foi importante, permitindo ao brasileiro ver de perto a estrutura da Estação Espacial.

A intenção é divulgar que os espaços para experiências estão disponíveis e abrir seu uso para projetos elaborados por institutos de pesquisa, com possibilidade de parceria com empresas privadas.

Foto: Estação Espacial Internacional.

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