A Nasa anunciou quinta-feira uma das notícias mais esperadas pela comunidade científica e revelou que a 1400 anos-luz de distância existe um sistema solar muito parecido com o nosso, com um planeta quase similar à Terra orbitando uma estrela igual ao Sol.
A agência revelou ainda que além da descoberta, outros onze objetos poderão fazer parte deste seleto grupo, o que elevará para 42 o número de corpos extrassolares que têm ou tiveram possibilidade de serem potencialmente habitados.
O novo planeta, batizado de Kepler 452-b se encontra na região visual da constelação do Cisne e de acordo com estudos feitos a partir de dados coletados pelo telescópio espacial Kepler, orbita uma estrela do tipo G - igual ao nosso Sol, embora mais velha - apenas 5% mais distante que do que a Terra orbita o Sol.
Kepler 452-b é 60% maior que a Terra e sua massa e composição ainda não foram definidas, mas sabe-se que planetas similares a ele são provavelmente rochosos. O novo planeta leva 385 dias para orbitar a estrela-mãe, período de translação muito parecido com o da Terra.
Com todas essas similaridades, mas principalmente devido ao planeta se encontrar dentro da zona habitável da estrela - região onde a provável temperatura permite a existência de água líquida - o novo sistema já pode ser considerado um quase irmão gêmeo do nosso, enquanto Kepler 452-b seria uma espécie de primo-irmão.
Antes de Kepler 452-b, o objeto extrassolar mais parecido com a Terra era Kepler 186f, 10% menor que a Terra e localizado a "apenas" 500 anos-luz de distância. No entanto, sua estrela mãe é muito mais fria que o nosso Sol e seu período de rotação é de apenas 130 dias. Neste caso, Kepler 186f seria um primo de segundo grau da Terra.
Sozinho, entre outros feitos, o telescópio já catalogou 1235 candidatos a planeta e 170 possíveis sistemas multiplanetários, com dois ou mais candidatos orbitando a mesma estrela.
Embora os avanços sejam realmente significativos e nosso conhecimento sobre possíveis mundos habitados tenha se expandido muito nos últimos anos, as distâncias envolvidas não permitem - até o momento - uma exploração direta desses mundos, sendo que a única forma de pesquisa-los é através da luz emitida por suas estrelas.
No entanto, a contagem e classificação desses exoplanetas são o passo primordial para seus estudos, pois uma vez que se saiba onde procurar, mais fácil será sonda-los através de radiotelescópios, talvez a única forma científica que temos atualmente para detectar sinais exteriores que possam revelar algum padrão inteligente.
Juntos, a prospecção de novos mundos e análise de possíveis sinais de rádio emitidos por eles, talvez sejam a chave para a detecção de formas de vida extraterrestre inteligente e não será surpresa alguma se um anúncio desse tipo acontecer nos próximos anos.