O sismo occoreu à 1h23 do horário local (17h23 em Brasília) e teve seu epicentro a 135km da capital paquistanesa, Islamabad. Não há registros de vítimas.
Desde sábado, houve mais de 20 tremores subseqüentes, com um deles chegando a 6,2 pontos.
"Eles vão continuar por meses, possivelmente anos", disse o geofísico Don Blakeman, do Centro Nacional de Informações sobre Terremotos do Serviço Geológico dos EUA, à agência de notícias Associated Press.
Soldados da Índia atravessaram a linha de controle que divide a Caxemira para ajudar tropas paquistanesas a consertar os prédios destruídos pelo terremoto.
Em condições normais, a travessia teria terminado em sangue, diz o correspondente da BBC em Srinagar (capital da Caxemira indiana) Sanjeev Srivastava.
Inimigos históricos, Índia e Paquistão entraram em guerra duas vezes por causa da Caxemira, a região mais afetada pelo terremoto.
No entanto, em um contraste com a hostilidade que marcou a relação entre os dois países nos últimos 50 anos, eles trabalharam juntos para reconstruir bunkers, destruídos e transformados em abrigos depois do terremoto.
Com a ponte que conecta os setores indiano e paquistanês da Caxemira destruída, os dois governos também aliviaram restrições de movimentação de pessoas.
O correspondente da BBC informa que os habitantes da Caxemira têm pedido que o acesso seja ainda mais facilitado para que possam ajudar parentes e amigos do outro lado da linha de controle.
Em outro gesto de solidariedade, a Índia, menos atingida pelo tremor, entregou seu primeiro carregamento de ajuda, contendo medicamentos, cobertores e barracas para o Paquistão.
Nas cestas de suprimentos, levadas por aviões de carga, podia-se: "Do povo da Índia ao povo do Paquistão".
Depois de argumentar que a ajuda indiana deveria ser direcionada às vítimas do terremoto dentro da Índia, o governo paquistanês agradeceu à ajuda e lembrou que também enviou suprimentos à Índia quando ocorreu o terremoto que atingiu o Estado indiano de Gujarat, em 2001.
Os médicos, que estão trabalhando em clínicas improvisadas, afirmaram que estão sobrecarregados, atendendo, em média, mil pessoas por dia.
O presidente paquistanês, Pervez Musharraf, agradeceu o envio dos 12 helicópteros militares americanos durante um encontro com a secretária de Estado dos Estados Unidos, Condolezza Rice, que, durante uma viagem pela Ásia, fez uma parada em Islamabad.
Depois de uma reunião com o primeiro-ministro paquistanês, Shaukat Aziz, Rice prometeu mais ajuda dos Estados Unidos.
"Estaremos com vocês não apenas hoje, mas também amanhã", disse a secretária, sem especificar a quantidade de ajuda que seria enviada ao país.
A organização lançou um apelo nesta terça-feira por US$ 270 milhões apenas para cobrir operações imediatas nas áreas mais afetadas pelo terremoto.
Segundo a ONU, os itens mais importantes agora são barracas, cobertores, aquecedores, remédios e helicópteros. A Otan (aliança militar ocidental liderada pelos Estados Unidos) já concordou em coordenar a distribuição de ajuda no Paquistão.
Na Caxemira indiana, o número confirmado de mortes chega a 1,3 mil, mas tende a aumentar. Com muitas estradas obstruídas, equipes de resgate ainda não conseguiram ter acesso a mais de 12 mil pessoas que vivem nas montanhas da região.
Os caminhões com ajuda humanitária que chegaram às cidades de Balakot e Muzaffarabad, também na Caxemira administrada pelo Paquistão, foram cercados por uma multidão desesperada.
Ainda assim, nesta quarta-feira, uma menina de cinco anos foi retirada viva dos escombros de sua casa em Muzaffarabad.